O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) manifesta preocupação com relação às notícias que saíram nos últimos dias sobre o risco de rompimento da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó.
Em 2014, metade do muro central do vertedoura da barragem foi arrancado pelas cheias. Desde então, o consórcio gestor, Foz do Chapecó (FCE), e o construtor, o Consórcio Volta Grande (CVG), tentam se eximir da responsabilidade.
De acordo com o laudo do engenheiro especializado em estruturas de concreto, o consultor Milton Emílio Vivan, contratado pelos próprios operadores, o trecho da barragem onde o muro desabou está fora dos padrões de segurança estabelecidos pela Eletrobrás.
A hidrelétrica Foz do Chapecó, construída entre as cidades de Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS), produz em média 855MW de energia elétrica, o suficiente para abastecer cinco milhões de casas.
Além dos impactos ambientais, sociais e culturais que a construção dessa usina causou na região, as populações atingidas agora são obrigadas a viver o risco de rompimento que atingirá os municípios à jusante da barragem.
MAB não quer outra “Mariana”
O Movimento quer evitar um futuro crime como o que ocorreu no rompimento da barragem de Mariana, no qual 19 pessoas foram mortas. No dia 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, de propriedade da Samarco (Vale/BHP Billiton), rompeu-se e despejou milhares de toneladas de rejeitos de minério no Rio Doce.
Fonte: MAB