A presidência francesa não deu detalhes sobre a conversa entre os dois líderes e quais foram os pontos discutidos sobre essa possível entrada da França da organização.
Macron havia cogitado uma candidatura para integrar a OTCA em agosto, logo após a cúpula realizada em Belém, no Pará, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma conferência anual diante dos embaixadores francesas, o chefe de Estado chegou a declarar “solenemente” que seu país se candidatava para integrar o grupo para “desempenhar um papel integral nele”.
A declaração foi feita após Lula ter convidado o presidente francês para participar do evento no Pará, em razão da fronteira que o Brasil divide com a Guiana Francesa. Macron não foi à cúpula, mas enviou a embaixadora Brigitte Collet. A ausência do chefe de Estado chegou a ser criticada pela imprensa francesa.
“Eu até gostaria de ter sido o único chefe de Estado europeu convidado, ao lado de embaixadores europeus”, disse Macron, lembrando que a França é “uma potência amazônica através da Guiana”. “Acontece que hoje não somos parte no tratado [de Cooperação Amazônica]”, argumentou o líder francês.
“Eu gostaria realmente que o Brasil e todas as potências da região aceitassem o nosso pedido de candidatura”, completou Macron.
Fronteira com a Guiana Francesa
Fundada em 1995, a OTCA reúne atualmente oito países que têm uma parte da Amazônia em seu território: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A organização, com sede em Brasília desde 2003, foi criada para implementar o Tratado de Cooperação Amazônica, texto assinado em 1978 pelos países sul-americanos, e que visa promover o desenvolvimento dos territórios amazônicos.
Como a Guiana Francesa, que faz parte dos territórios ultramarinos da França, está situada em plena bacia amazônica, Paris estima ter legitimidade para integrar o grupo como membro pleno.
(Com informações da AFP)