Com informações de Brasil 247 e RT.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu hoje (23) com o presidente argentino Alberto Fernández em Buenos Aires. Destacaram que ambos os países tem como objetivo trabalhar para a “integração latino-americana”.
Em discurso, Lula pediu desculpas ao povo argentino pelas “grosserias” proferidas contra Fernández pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Eu estou na verdade pedindo desculpas ao povo argentino por todas as grosserias que o último presidente do Brasil, que eu trato como ‘genocida’ por causa da falta de responsabilidade no cuidado com a pandemia, todas as ofensas que ele fez ao companheiro Alberto Fernández e à Argentina. (…) Precisamos construir amigos, parceiros, e por isso quero afirmar: Alberto Fernández, meu amigo e presidente da Argentina, o Brasil está outra vez de braços abertos para acolher os companheiros argentinos no negócio, na cultura, no futebol e na manutenção na relação de amizade que nós temos há tantos anos”, disse Lula.
Lula também falou na necessidade de estreitar relações com o país vizinho nas áreas comerciais, científicas, tecnológicas e culturais. Apresentou um projeto de criação de uma moeda comum para uso comercial na América do Sul e que pretende reduzir a dependência no dólar norteamericano. “Em 2008, houve uma primeira experiência nesse sentido, mais tímida, que não foi adiante (…) mas desta vez eu espero que os ministros de Economia dos nossos países apresentem propostas que possam fazer com que esse projeto funcione, porque seria ideal que nós possamos fazer nosso comércio usando as nossas moedas nacionais, sem ter que passar pelo dólar”, explicou.
Fernández disse ter tido uma conversa sensacional com presidente Lula “estamos dando origem a um vínculo profundo que durará décadas”, declarou. Disse também que os desafios do Brasil e da Argentina são muito parecidos: “consolidar a democracia e as instituições”.
O presidente argentino foi o primeiro líder estrangeiro com quem Lula se reuniu um dia após as eleições de 31 de outubro. Lula disse para Fernandez em seu discurso hoje que nunca esquecerá o gesto de Fernández que em julho de 2019 foi visitá-lo na penitenciária em que estava preso em Curitiba.
Nesta terça-feira, 24, participará do encontro da CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), da qual o Brasil saiu em janeiro de 2020 durante a administração de Jair Bolsonaro. “Eu estou convencido de que a Celac vai ser uma coisa muito importante para a América Latina e o Brasil terá um papel muito importante nesse processo. Eu quero que este meu novo governo seja marcado pela construção da paz”, afirmou Lula.
