Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
Organizações sociais e populares, movimentos, pastorais, participaram na noite de segunda-feira, dia 07, em São Miguel do Oeste, de mais um momento de formação e discussão sobre a conjuntura brasileira. A conversa foi mediada pelo Pastor Lobo, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), de Palmitos/SC. No início da noite, o jovem Paulo Fortes (PJMP/PJR), apresentou uma poesia escrita pelo Padre Reneu Zortea, sobre as ocupações nas escolas.
Lobo falou em entrevista ao Portal Desacato, sobre alguns eixos que movem o golpe no Brasil e na América Latina. Ressaltou a importância de esclarecer a conjuntura para a classe trabalhadora entender quais são as perdas que estão em jogo nesse cenário. “Estou contente de falar para o Portal Desacato, porque nós estamos aqui justamente para Desacatar as ordens do Estado Brasileiro, esse que está dentro da proposta de tirar direitos da classe trabalhadora”, disse ele.
Lobo citou que o projeto do golpe faz parte da recolonização dos Estados Unidos na América Latina, isso porque desde os anos 90, na primeira guerra do Golfo, depois na segunda guerra, também nos anos 80 com a guerra do Irã e do Iraque, os E.U.A sempre focavam seus interesses no controle da energia e do petróleo no Oriente médio.
Nos anos 90, Lobo cita a ascensão de Hugo Chávez na Venezuela, de governos mais na linha popular destacando-se no Brasil, como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros, que fizeram com que os E.U.A, fossem notando uma perda de espaço. “A partir de 2010, inicia-se um projeto de retomada da influência dos E.U.A na América Latina, sendo que nosso país por exemplo, é rico em biodiversidade, em terras para o plantio e a produção de commodities, além da variedade que o mercado interno possui”.
Lobo também citou o fato da Direita não aceitar o resultado das eleições nas urnas e promover o Golpe de Estado. Trouxe ainda, elementos da Operação Lava Jato e disse que a intenção do Governo é ‘caçar direitos’, levando para a aprovação da PEC 55/2016 e outros projetos que ferem diretamente as conquistas históricas da classe trabalhadora explorada.