Livro é lançado em Chapecó/SC

Foto: Divulgação/MMC.

O livro “PEDAGOCIA DA SEMEADURA: a Construção de Saberes pelo Movimento de Mulheres Camponesas no Programa de Sementes Crioulas”, resultado da pesquisa de doutorado da companheira Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto, foi lançado no dia 10 de setembro, na UNOCHAPECÓ, durante o I Fórum Catarinense Reinventando Paulo Freire. A companheira Sirlei analisa a construção de saberes no MMC a partir do Programa de Sementes Crioulas, partindo do princípio de que toda prática social produz conhecimento e desconstruindo a ideia de que haja apenas uma forma de “conhecimento”.

Foto: Divulgação/MMC.

De acordo com Sirlei, ”o processo recupera e ressignifica valores presentes nas práticas e saberes tradicionais dos povos negros, caboclos, indígenas, bem como as lutas de resistência destes povos e das Ligas Camponesas, por exemplo, que tanto sofreram com os impactos contextualizados no processo de desenvolvimento capitalista no campo brasileiro”.

Na pesquisa, a companheira mostra que as mulheres camponesas em movimento, no MMC, antes invisibilizadas, na medida em que foram construindo práticas, elaborando os saberes, foram também ressignificando e assumindo-se em sua identidade feminista popular. “Participaram e criaram estratégias de luta específicas e gerais, individuais e coletivas, de produção e reprodução da vida, na militância e fora dela”, aponta Sirlei. Nos cursos e trabalhos de base, com debates conjunturais e estruturais, as camponesas constituíram e fortaleceram a construção de saberes.

“Assim, gradativamente, foram encontrando novas formas de enfrentar as contradições vividas no campo. Neste contexto, através da práxis, da prática cotidiana pensada e ressignificada, foram demarcando outras perspectivas, fazendo com que a experiência fosse repercutindo no território, ali se fortalecendo e ganhando novos contornos. Este processo de construção de saberes aponta para uma perspectiva epistemológica feminista camponesa popular em construção, o que nos leva a reconhecer um alargamento da teoria marxista que vai se desenvolvendo a partir desta experiência e que tem como fontes principais a luta e a resistência dos povos tradicionais, indígenas e caboclos, a experiência das Ligas Camponesas, a experiência da Teologia da Libertação, as experiências feministas, as relações estabelecidas com a CLOC e a Via Campesina, a agroecologia como ciência e como modo de vida e a educação popular que fundamenta a luta pela humanização dos sujeitos que vivem e fazem a experiência”, ressalta a pesquisadora.

O livro estará disponível para aquisição em breve e os recursos das vendas serão destinados ao MMC. A companheira Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto, autora do livro, participará de debates e reflexões sobre o livro e a construção que ele apresenta nos espaços que se interessarem. É mais um momento importante na trajetória destes 35 anos do MMC, gerando leituras novas sobre as mulheres camponesas!

MMC: 35 anos de resistência! Ousadia camponesa, feminista e popular!

Email da companheira Sirlei para contatos: [email protected].

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