O estudo de Páris Borges Barbosa, agente da Polícia Rodoviária Federal, formada em Direito e hoje Mestra em Sociologia e Direito pela UFF, começa com uma afirmação inesperada: A Polícia Rodoviária Federal não se orienta pelo Direito? uma tese que não pode ser assumida sem demonstração. Esse é um dos fios condutores deste belo estudo, que mostra a atuação da PRF na fiscalização de veículos em rodovias federais, iniciado com alerta de um colega policial para não esquecer da “realidade” da segurança pública no trânsito, como cientista. A imediata demonstração da natureza de senso comum do conceito de segurança pública revela a dimensão da cientista social que vamos conhecer: a realidade da segurança pública não é um dado ontológico pré-constituído, mas uma construção social compartilhada por pessoas, segundo a moderna sociologia do conhecimento. O texto conduz o leitor para o processo dialético da práxis humana, como subjetivação da realidade objetiva pela observação sensorial e objetivação da subjetividade no processo de construção do mundo social.
A crítica às teorias etiológicas do crime dominantes na polícia, interessada em causas positivas da criminalidade, é uma brilhante aplicação do labeling approach em perspectiva marxista, na linha da melhor teoria social.
Trecho do prefácio escrito por Juarez Crino dos Santos.
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