A filiação de Jair Bolsonaro ao PSL desagradou boa parte dos membros do partido, que anunciaram, ainda na sexta-feira (5), que estão deixando a legenda. A corrente chamada Livres – que ajudou alavancar o PSL nas redes sociais nas últimas eleições – publicou nota em sua página no Facebook afirmando que “a chegada do deputado Jair Bolsonaro, negociada à revelia dos nossos acordos, é inteiramente incompatível com o projeto do Livres de construir no Brasil uma força partidária moderna, transparente e limpa”.
Fábio Ostermann, presidente do partido no Rio Grande do Sul e candidato à Prefeitura de Porto Alegre pelo PSL em 2016, foi um dos que abandonaram o partido. Em sua página no Facebook, ele escreveu: “O Livres? segue com seu compromisso de renovar a política. Agora bem longe do PSL. Até porque o que nos une é muito mais forte do que uma filiação partidária: é o amor à liberdade e à construção de um Brasil mais justo, próspero e livre!”. No Twitter, Ostermann fez piada com a filiação de Bolsonaro.
Imagina a quantidade de eleitor do Bolsonaro que vai errar o número dele na urna de tanto que ele troca de partido?! ???
— Fábio Ostermann (@FabioOstermann) 6 de enero de 2018
Luciano Bivar (PE), presidente nacional do PSL, anunciou na sexta ter fechado um acordo para lançar Bolsonaro à presidência pelo partido. Até poucos dias atrás, o deputado federal fazia tratativas com o PEN-Patriota para as eleições 2018.
A nota do PSL afirma que “tanto para o presidente Luciano Bivar, quanto para o Deputado Jair Messias Bolsonaro, são prioridades para o futuro do País, o pensamento econômico liberal, sem qualquer viés ideológico, assim como, o soberano direito a propriedade privada e a valorização das forças armadas e de segurança”. Bolsonaro, no entanto, teria uma série de divergências ignoradas agora pelo partido. Enquanto a corrente Livres, por exemplo, defende pautas progressistas, como a adoção de crianças por casais LGBT, Bolsonaro é constantemente acusado de agressões contra gays e já foi, inclusive, condenado por ofensas contra a população LGBT.
Fonte: Sul 21.
