Por Michel Croz.
Eu vou falar de beleza, da beleza que insiste em nos oferecer Elaine (esa gaúcha do Campeche). Essa beleza que ela achou nas palavras do povo navajo: “Viver e caminhar na beleza”.
Elaine Tavares sabe (por sabedoria e por experiência) que a beleza pode ser revolucionária. No livro “Líricas” a vate (“vate” vem de “vaticínio”, ela olha para o passado como aprendiz; mas é como arquiteta que antevê sua melhor paisagem, esta que está no seu olhar ao futuro, nas palavras grávidas de utopia, ucronia e esperança).
Elaine lista heróis, muitos deles derrotados (mas não derrotados nas suas causas, que se perpetuam em milhares de “nosotros”, nas lutas e nas líricas de hoje), derrotados nas suas lutas contingentes contra a feiura da opressão e a barbárie. Os derrotados não o são, enquanto houver alguém que esgrima a pluma como uma espada a cortar as injustiças e as infâmias.
Artigas, Che Guevara, Simón Bolivar, Chaves e Simón Ernesto (nosso guri mais amado), e todas e todos os outros derrotados pelo poder maléfico, mais que se levantam como gigantes na luta esperançosa por outro mundo, por outra lírica, possível.
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