Prensa Latina.- A Liga Árabe insistiu hoje que qualquer solução política ao conflito na Síria tem que associar ao objetivo do fim das hostilidades, e chamou a iniciar um processo para materializar a paz. Uma porta-voz da organização que aglutina a 22 nações árabes (Síria agora está suspensa) considerou indispensável aplicar os dois pontos de consenso sobre esse contencioso, expostos pelo secretário geral, Nabil Arabi, durante sua visita a Argélia nesta segunda-feira.
De acordo com a fonte, atualmente há consenso internacional na necessidade de um alto o fogo global e o início de um processo político entre o governo do presidente Bashar Assad e a oposição armada, apoiada pelo Ocidente.
O departamento de imprensa do ente pan-árabe, cujas resoluções prévias criticaram Damasco, referiu que Arabi destacou em Argel que “uma solução política não pode se considerar por separado da meta atual de conseguir um cessar- fogo”.
Assim, reconheceu que o plano proposto pelo enviado especial da ONU e a Liga Árabe (LA) para a Síria, Kofi Annan, ajudou a conter a violência, apesar das denúncias de Damasco de que grupos armados apoiados do exterior prosseguem os ataques terroristas.
O próprio titular da LA reuniu-se no domingo no Cairo com uma delegação do chamado Conselho Nacional Sírio (CNS, opositor) com a intenção de revisar o plano de paz para Síria e o envio de observadores, que o Conselho de Segurança da ONU recém aprovava.
As mesmas fontes da organização indicaram então que Arabi manifestou à comitiva do CNS que a iniciativa de Annan “ainda não começou e só se vão constatar seus resultados frutíferos quando os observadores da ONU comprovarem o cessar total do fogo”.
Um grupo avançado de seis observadores já trabalha na Síria desde 16 de abril e nos próximos dias se espera a chegada a Damasco de outro grupo, com base no acordo adotado em 21/04 pelo Conselho de Segurança da ONU para enviar até 300 verificadores desarmados.
Meios noticiosos na capital egípcia informaram que grupos armados chamados de terroristas pelo governo sírio assassinaram três oficiais do Exército daquele país em Hama e a um médico em Deraa, um dia após a visita dos observadores a essas cidades.