Líderes de esquerda lançam movimento para ‘democratizar e refundar’ a União Europeia

O ex-ministro de Finanças da Grécia Yanis Varoufakis apresentou nesta terça-feira (09/02), em Berlim, o DiEM25 (Movimento Democracia na Europa 2025), que pretende ser uma plataforma de coesão dos partidos de esquerdas do continente e lutar contra “uma ditadura de tecnocratas e mais de 10 mil lobistas”.

Entre os políticos e intelectuais que assinam o manifesto de formação do DiEM25 estão Oskar Lafontaine (político alemão de esquerda), Jean-Luc Mélenchon (líder da Frente de Esquerda da França), Zoe Konstantopoulou (ex-presidente do Parlamento grego), Stefano Fassina (deputado da esquerda italiana), Noam Chomsky (intelectual norte-americano), Ken Loach (cineasta britânico), Gerardo Pisarello (escritor argentino e advogado), Ada Colau (prefeita de Barcelona e membro do partido-movimento espanhol Podemos) e Nacho Álvarez (da Executiva do Podemos).

Em entrevista coletiva, Varoufakis afirmou que “o caminho de criar partidos políticos dentro de um determinado país é o caminho errado”. “Se nossa análise estiver correta, então o que necessitamos é um movimento que vá além das fronteiras”, acrescentou o político grego.

Agência Efe

Ex-ministro renunciou após o referendo no qual gregos optaram por um “não” ao acordo que implicasse medidas de austeridade

De acordo com Varoufakis, é preciso criar uma “mesa metafórica” onde os europeus discutam os problemas atuais e lutem contra a renacionalização da política e o que ele vê como um processo desintegrador: “a UE está se desintegrando e está fazendo isso muito rapidamente”, advertiu.

“Não temos controle democrático sobre nosso dinheiro, sobre as finanças, as condições de trabalho e o meio ambiente”. O DiEM25 busca atuar contra o endividamento público, o sistema bancário, o investimento insuficiente, a política migratória da UE e o aumento da pobreza que, de acordo com Varoufakis, são as cinco crises que afetam a Europa.

A origem do problema, observa Varoufakis, está em uma despolitização das decisões europeias que são deixadas nas mãos de burocratas e que são tomadas à margem dos processos democráticos.

Constituição

Assim, para o político grego, a solução passa por uma democratização da Europa, objetivo principal do manifesto apresentado nos dias anteriores, no qual se desenha um processo ao término do qual deveria estar a criação de uma Constituição europeia.

“Se queremos uma unidade política, se queremos traspassar soberania a um estado federal europeu, esse estado precisa de uma Constituição”, disse.

Para a formulação de uma Carta Magna europeia, a proposta do DiEM25 é realizar um referendo continental em 2025 que substituiria os atuais tratados vigentes no continente.

Para isso, em sua opinião, se requer uma coalizão à qual convidou a participar “gente de esquerda, liberais, verdes e radicais” centrada na convicção de que a democracia tem que estar no centro dos processos europeus.

A apresentação oficial estará precedida de três debates a portas fechadas com representantes de movimentos de esquerda de diversos países europeus.

(*) com informações da agência Efe

Fonte: Opera Mundi.

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