Um grupo de três miliacianos realizou um ataque na noite desta terça-feira (7), na região de Putumayo (Sudoeste da Colômbia), que terminou com o assassinato da líder social e ativista pelos direitos humanos Gloria Ocampo, e também de um vizinho que tentou defendê-la.
Segundo a polícia de Putumayo, os assassinos são parte de um grupo miliciano que opera na região – geralmente em apoio a quadrilhas narcotraficantes ou grupos políticos de ultradireita –, e chegaram ao local perguntando sobre o Ocampo, e começaram a disparar assim que a identificaram.
Gloria Ocampo tinha 37 anos e era secretaria da Junta de Ação Comunitária de Putumayo, província da região amazônica da Colômbia. Também foi delegada regional durante as reuniões do Plano de Desenvolvimento Territorial, criado a partir do Acordo de Paz entre o governo colombiano e os grupos guerrilheiros FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Liberação Nacional), que desarmou as guerrilhas de esquerda, mas não envolveu os grupos paramilitares de direita.
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No último ano e meio, desde a posse do atual mandatário do país, Iván Duque (em agosto de 2018), a Colômbia registrou 347 assassinatos de dirigentes sociais. Somente em 2019, foram 249 casos, dos quais 23 foram no mês de dezembro.
Nenhum desses casos teve sentença condenatória e a maioria sequer teve conclusão de suas investigações, segundo dados do Indepaz (Instituto Colombiano para o Desenvolvimento e a Paz).
Se retrocedemos até a assinatura do Acordo de Paz, em novembro de 2016, os números do Indepaz indicam que de lá para cá foram 623 assassinatos de lideranças sócias e defensores de direitos humanos.
Por sua parte, a ONG Somos Defensores afirma que há pelo menos outros 600 ativistas de direitos humanos e líderes sociais colombianos vivendo sob ameaça de morte.