Foi anunciada na sexta-feira (28), pelo Ministério de Minas e Energia, a suspensão temporária do edital do leilão das usinas hidroelétricas da Cemig, em Minas Gerais. O leilão estava previsto para o final de setembro deste ano e a venda das usinas causaria a perda de 50% da geração de energia produzida pela estatal.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) avalia positivamente a decisão, pois após o anúncio do leilão das usinas, movimentos sociais, sindicais e parlamentares pautaram como medida emergente na Plataforma Operária e Camponesa para Energia (POCE), a defesa das usinas como patrimônio da população mineira, realizando uma forte pressão sobre o governo federal.
Para o MAB privatizar essas hidroelétricas seria mais um golpe no setor elétrico realizado pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Caso essas usinas sejam vendidas, o valor de 11 bilhões passados a União será utilizado para pagamento de amortização dos juros da dívida ao capital financeiro. Além disso, os contratos de energia podem garantir até R$73,5 bilhões para as empresas que serão pagos pelo povo nas contas de luz. Além de ser um prejuízo para soberania de Minas Gerais a privatização da Cemig.
A proposta da Plataforma Operária e Camponesa para Energia (POCE) é para que as hidrelétricas continuem sobre controle da Cemig e que o valor cobrado na tarifa de energia elétrica, seja criado um Fundo Social destinado para saúde, educação, atingidos, agricultura familiar camponesa, entre outras demandas sociais do povo mineiro. “O fundo seria gerenciado pelo Estado de Minas Gerais e controlado pelo povo, ou seja, provavelmente teríamos um Fundo Social de 2 Bilhões de reais por ano”, afirma a Plataforma.
Fonte: MAB.