Por Marcos Corbari.
“Quem alimenta o Brasil exige respeito” é o lema da atividade que leva o MPA a debater com todas as instâncias de sua base.
Trata-se de uma grande ação coletiva, empreendida pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) para refletir e propor mobilização junto às suas bases em todo o país. A ação de âmbito nacional empreendida pelo grupamento coletivo que se caracteriza como um movimento social de massa, chama-se “Mutirão da Solidariedade Camponesa” e traz consigo o lema “Quem alimenta o Brasil exige respeito”. O mote central da atividade está justamente no fato de a classe camponesa estar sendo uma das mais prejudicadas pela redução de direitos empreendida pelo Governo federal em suas reformas, desconsiderando o fato de ser pela mão do camponês que chega até as mesas das famílias brasileiras mais de 70% do alimento produzido.
O ponto de partida do mutirão que promete se estender até os 17 estados onde o MPA está organizado é a região norte do RS, onde o coletivo camponês surgiu há cerca de 20 anos. Embora a atividade já venha sendo debatida há pelo menos 30 dias, foi no domingo (29) que teve seu lançamento oficializado, durante a Festa da Semente Crioula, realizada em Seberi. Frei Sergio Goergen, dirigente nacional do movimento, fez a apresentação do mutirão aos presentes e já demarcou o início das atividades para a segunda semana de fevereiro, no município de Cristal do Sul. Na região estima-se que a atividade demore cerca de 90 dias para ser desenvolvida em todos os municípios onde está presente, enquanto em nível nacional ela vai se estender até o final de 2017. Segundo o militante, todas as comunidades onde estão presentes as bases do campesinato serão visitadas pelos grupos de mobilização, que ali ficarão por pelo menos três dias promovendo a partilha de saberes, oferecendo orientações técnicas, atividades de integração, agitação e propaganda, bem como debatendo a conjuntura atual especialmente no que se refere às políticas sociais e econômicas promovidas pelas diversas instâncias de governo.
Trata-se de um mutirão em defesa da vida, em defesa do alimento saudável, em defesa da dignidade de quem produz -, destacou Goergen. Pautas como a seguridade social e a reforma da previdência estarão em destaque entre os debates propostos, mas aspectos produtivos como a bandeira da agroecologia e a promoção dos cultivos sem a utilização de venenos ou adubos químicos também tem garantia de espaço nas prosas. “Hoje nosso direito de produzir alimentos está sendo ameaçado e em resposta a isso reforçamos nosso movimento pela implantação do Programa Camponês, uma política de Estado, estruturante da produção e da vida camponesa, bem como pela construção de uma aliança camponesa e operária por soberania alimentar”, destacou.
Mais informações sobre o MPA e sobre o Mutirão da Esperança Camponesa podem ser obtidas através dos canais de comunicação do MPA, pelo email ([email protected]), site (www.mpabrasil.org.br) ou Facebook (mpacampesinato).