Por Sílvia Medeiros.
O líder nacional do MST e um dos coordenadores da Frente Brasil Popular, veio ao estado para o lançamento da Frente em Santa Catarina
Numa manhã fria do dia 28 de novembro na cidade que fica ao centro do estado, Curitibanos, representantes de diferentes movimentos sociais e sindicais se reuniram para lançar a Frente Brasil Popular Catarinense – FBP, que representa a união dos movimentos de esquerda contra à ofensiva conservadora que está em curso no Brasil. Com uma cuia de chimarrão na mão o representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Nauro Velho, acompanhado da presidenta da Central Única dos Trabalhadores – CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, anunciaram o lançamento da Frente Brasil Popular em Santa Catarina.
João Pedro Stédile, líder nacional do MST veio para Santa Catarina especialmente para o lançamento da Frente, Stédile falou da construção dessa aliança de esquerda, dos desafios para os próximos anos e das crises que estão ocorrendo no país. De acordo com o líder do MST, a conjuntura atual é delicada “o período da nossa história é grave, estamos vivendo quatro crises ao mesmo tempo: política, econômica, social e ambiental”, para ele esse é o momento que a esquerda precisa deixar de lado suas diferenças e se reunir num só movimento para assegurar os direitos conquistados e avançar em mais direitos ao povo brasileiro. “Para termos uma saída para a classe trabalhadora é preciso reascender a luta de classes e fortalecer a classe trabalhadora”, explica Stédile.
A Frente Brasil Popular – FBP foi lançada nacionalmente em 05 de setembro, em Belo Horizonte. Ela reúne, em torno de uma pauta progressista, integrantes e representantes de movimentos populares, sindicais, partidos políticos e pastorais, indígenas e quilombolas, LGBT, negros e negras, mulheres e juventude, para defender os direitos e aspirações do povo brasileiro, para defender a democracia e outra política econômica, para defender a soberania nacional e a integração regional e para defender transformações profundas em nosso país. Não se define, porém, como aliança de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff, ainda que um de seus compromissos centrais seja a defesa da legalidade democrática e do mandato constitucional sacramentado pelas urnas.
Um grande diferencial da Frente Brasil Popular catarinense, apresentado pelos participantes e destacado pelo Stédile, é a regionalização do debate. Segundo o líder do MST, isso é uma grande vantagem de Santa Catarina, pois fortalece o debate em diferentes cidades no estado. Anna Julia destacou também, que duas regionais, a do Sul e do Oeste, já haviam até feito lançamento regionais e mobilizado diversas lideranças das cidades da região.
No lançamento estadual foram realizados trabalhos em grupos, divididos por regiões do estado, que de forma conjunta pensaram ações para construir a FBP em Santa Catarina e sugestões de metodologia para que a Frente chegue a todos os espaços de debate na sociedade catarinense. Como encaminhamentos apresentados pelos participantes, estão ideias de criar núcleo da FBP nos municípios; rodas de conversa em associação de moradores e pastorais para apresentar a Frente; um ato em defesa da pauta da democratização da comunicação e um ato estadual com a junção de todos os movimentos que compõem a Frente Brasil Popular.
A coordenação estadual, junto com dois representantes de cada regional, vai se reunir dia 16 de dezembro às 10 horas em Curitibanos, para elaborar um plano de ações para a FBP de Santa Catarina e efetivar as ideias apresentadas pelas lideranças que participaram do lançamento.