Por Laryssa Sampaio.
A juventude, que vinha animada e sonhadora num período – por mais lento que fosse – de aprofundamento das políticas públicas, com a inserção nas universidades e os estímulos ao primeiro emprego, parece que entrou em choque com tanto retrocesso.
Mais uma pesquisa mostra que os jovens são os mais atingidos pela crise econômica e, com isso, pelo desemprego. Os novos números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, além da alta taxa de desemprego, destacam-se as taxas elevadas de perda de emprego e salários menores comparados a pessoas de outras idades.
Além desse quadro preocupante, outras medidas, que mergulharão a juventude na insegurança em ter um futuro com estabilidade, direito a educação e cultura e trabalho decente, fazem parte da agenda do governo golpista. Entre elas, quero destacar a já aprovada Reforma Trabalhista, que entrará em vigor no dia 14 de novembro deste ano. Ela representa o verdadeiro desmonte de tudo que nossos antepassados conquistaram em relação aos direitos dos trabalhadores.
Não podemos nos esquecer da reforma da previdência, que faz uma junção “perfeita” com a reforma trabalhista. Essa é a de mais difícil compreensão para juventude. Como quem não tem sequer emprego vai captar a dimensão dos danos que pode causar não se ter previdência?! Tampouco da PEC que limita o aumento dos gastos públicos à variação da inflação anual.
Uma reforma complementa a outra. Um retrocesso combina com o outro.
Agora, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado prometeu retomar a PEC 33/2012, do Senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que coloca em discussão a redução da maioridade penal, em pauta para quarta-feira (20). Caso não seja votada, seguirá para a próxima semana. A violência é agravada pela desigualdade social, a falta de emprego, a baixa escolaridade, a urbanização rápida e irregular, as drogas ilícitas e as armas. Não será com a redução da maioridade penal, com o encarceramento em massa dos jovens, que resolveremos esse problema.
A força dos empresários e da bancada ruralista é devastadora. Eles estão retirando muitos dos nossos direitos. Não devemos ficar sentados “esperando a morte chegar”, como disse Raul Seixas. Nós, os jovens, sempre fomos fundamentais para os processos de mudança! Nós ocupamos escolas, ocupamos as reitorias, fizemos uma greve geral em abril. Precisamos ter a compreensão de que só a mobilização popular em cada bairro, trabalho, universidade ou igrejas poderá, de fato, retomar uma agenda positiva, restabelecer a democracia e permitir que a juventude e o povo tenham o direito de decidir os rumos do país e de suas vidas.
Avante, Juventude!
Fonte: Portal Fórum