A justiça britânica negou na quarta-feira (25) o pedido feito pelos advogados de Julian Assange para que o fundador do WikiLeaks tivesse direito à fiança por conta do novo coronavírus.
“Tal como as coisas estão hoje, essa pandemia global por si só não é motivo para a libertação do senhor Assange”, disse a juíza Vanessa Baraitser.
Segundo a defesa, Assange, que está preso preventivamente na penitenciária Belmarsh, na região sudeste de Londres, é “vulnerável” à contaminação do vírus na prisão e “se enquadra em uma categoria de pessoas que devem ser liberadas”.
“As prisões são consideradas epicentros para a disseminação do covid-19 devido à superlotação e à propensão do vírus se espalhar em ambiente fechado”, afirma o documento divulgado pelo WikiLeaks.
“[A prisão] Belmarsh recebe 300 novos prisioneiros a cada mês, a maioria é dispersa em prisões de todo o país. Belmarsh tem um total de aproximadamente 800 prisioneiros e a maior taxa de suicídio no sistema prisional”, pontua a nota.
O documento ainda afirma que o governo do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou a liberação de 300 pessoas no centro de detenção de imigrantes, mas ainda não o fez com “prisioneiros de baixo risco”.
O fundador do WikiLeaks está preso em Belmarsh desde abril de 2019, quando foi retirado seu asilo na embaixada do Equador em Londres. Assange é acusado pelos Estados Unidos por divulgar arquivos confidenciais do país.
Segundo a defesa, a audiência do fundador foi adiada para 18 de maio, podendo ser prorrogada por conta do novo coronavírus. Caso seja extraditado e condenado, Assange pode ter uma pena de 175 anos de reclusão.