Justiça argentina condena 28 militares à prisão perpétua por operações durante última ditadura

Um tribunal federal na cidade de Córdoba, na Argentina, condenou 28 militares aposentados à prisão perpétua nesta quinta-feira (25/08) por atuação nos centros clandestinos de tortura e detenção de La Perla, La Ribera e no Departamento de Informações da Polícia de Córdoba durante a última ditadura militar argentina (1976-1983).

Grupos de direitos humanos se reuniram em frente a tribunal para ouvir sentenças. EFE

O julgamento teve início em dezembro de 2012, envolveu 716 vítimas — das quais 279 ainda estão desaparecidas —, ouviu 581 testemunhos e analisou os casos de 40 pessoas. Nesta quinta, além das prisões perpétuas, o tribunal condenou outros sete militares aposentados a penas menores e absolveu cinco dos réus.

Entre os 28 condenados a prisão perpétua está Luciano Benjamín Menendéz, ex-chefe do Terceiro Corpo do Exército. Ele foi considerado culpado pelo desaparecimento de 282 pessoas — incluindo bebês — somente nos campos de concentração de La Perla e La Ribera, por 311 homicídios, 260 sequestros e 655 casos de tortura.

Com a pena determinada hoje, esta se torna a 12ª condenação perpétua de Menéndez por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura militar. Ele também recebeu outras duas penas menores.

Outros dos condenados a prisão perpétua são Ernesto “Nabo” Barreiro, chefe dos torturadores de La Perla, e Héctor Pedro Vergez, ex-torturador do centro e companheiro de Barreiro.

Grupos de direitos humanos comemoram decisão de Tribunal

Diversos grupos de direitos humanos, estudantes, entidades políticas e sindicatos se reuniram na porta do tribunal para acompanhar o resultado do julgamento.

Entre eles estava o governador da província de Córdoba, Juan Schiaretti, Estela de Carlotto, presidente da organização Avós da Praça de Maio, e Sonia Torres, presidente da organização em Córdoba.

“[A condenação de Menéndez] é histórica porque ele também foi julgado pelo roubo de bebês”, disse Torres.

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