Cimi Sul.- No dia 13 de maio de 2023 foi realizado no centro de eventos de Chapecó, no Oeste Catarinense, a abertura do Salão de artes visuais de Chapecó Neocy Fin. Foram selecionadas 20 obras de artistas chapecoenses e entre elas, está a linda pintura do jovem Edson Ferreira Cásseres, conhecido pelo nome guarani de Karai Yapua. A obra chamada criação de Nhanderu mostra a força e presença da natureza na vida do povo guarani, são detalhes que impressionam, tanto que a menção honrosa também foi destinada ao jovem artista.
Com 18 anos, Edson já acumula elogios e tem chamado atenção com suas pinturas que registram a cosmovisão da cultura guarani. A sua primeira exposição ocorreu no ano de 2022 na sede dos Museus de Chapecó, com a amostra temporária Ara Poty, sendo a primeira vez que a cultura indígena se fez presente em uma exposição no município de Chapecó.
Edson também pintou uma tela para a comemoração dos cinquenta anos do Conselho Indigenista Missionário – CIMI, no ano de 2022, sendo apresentada durante o marco das comemorações em Brasília.
A apoiadora do CIMI, Cláudia Battestin acompanha o jovem Edson desde o início de sua chegada na comunidade guarani Ara Poty no Toldo Chimbangue e lembra que quando as casas de madeiras foram sendo levantadas, em cada descida até as margens do rio, era possível observar os grafismos feitos de carvão nas paredes de uma das casas.
Levamos tintas e entregamos para o Edson, que começou a pintar sua cultura e história em outras paredes, de outras casas. Motivada, levei pedaços de madeira e o Karai começou a sistematizar a cosmologia guarani com muito sentido e amor. A artista Janaina Corá também ficou mobilizada com o talento do jovem e o presenteou com telas e tintas, vendo nascer uma pintura na sequência da outra, disse.
É neste movimento que a arte se torna resistência, se torna presença com possibilidades. Apoiar a juventude indígena com educação, arte e cultura, é uma das formas de poder empoderar, caminhar e lutar pelos direitos dos povos, pela terra e cultura.
Edson é um jovem que já consegue definir o quanto sua arte é capaz de dialogar com o mundo e o CIMI tem acompanhado movimentos como esse que são capazes sim, de transformar a vida e a realidade de jovens, que pelos últimos quatro anos viveram desesperançados pelo descaso com as culturas originárias no Brasil.
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