Olá, senhoras e senhores jornalistas. Sou Duda Rangel. Em nome do editor-chefe, apresento as boas-vindas a bordo desta redação, com destino ao inferno do fechamento.
Durante o trabalho de apuração e checagem de informações, por telefone, e-mail ou pelo Google, o encosto de sua cadeira deverá ser mantido na posição vertical, para você não ficar reclamando depois de dores nas costas.
Para evitar frustrações, observe os avisos de atar os pés no chão, pois esta viagem está sujeita a muitas turbulências.
Em caso de bloqueio criativo na hora de escrever a matéria, uma luz divina não cairá automaticamente sobre a sua cabeça. É bom você queimar seus neurônios. Se pintarem ideias originais, ajuste-as ao seu texto e só depois empreste alguma para o companheiro ao lado – aquele com cara de bunda à espera da luz divina.
Informamos que poderão ser utilizados laptops e celulares apenas em modo “redação”, ou seja, para fins profissionais. Joguinhos no Facebook deverão permanecer desligados.
A redação tem uma máquina de café na parte do fundo, onde é proibido falar mal do chefe. O ambiente do café está equipado com detector de fofocas.
Esta redação possui três saídas de emergência: uma para fazer frilas por aí, outra para um concurso público na Petrobras e outra para vender artesanato numa praia de Floripa.
Manuais chatos de jornalismo e guias de sobrevivência em redação encontram-se na gaveta à sua frente.
Em caso de pouso de um passaralho, lembramos que o seu emprego é flutuante.
Obrigado por terem escolhido trabalhar nesta redação. Tenham todos uma ótima viagem.
Fonte: Desilusões Perdidas.