Às organizações que corresponda, escrevo a presente prova pública, para denunciar enfaticamente, que através do trabalho voluntário que realizo como jornalista e correspondente internacional independente em Honduras, e como defensor dos direitos humanos, fui objeto de ameaça por parte de uma figura pública nacional.
Por Ronnie Huete Salgado, de Honduras, correspondente de Desacato.info
Um dos resultados deste trabalho de denúncia contra a ditadura que predomina em Honduras, foi o ocorrido em lugar público de Tegucigalpa, capital do país, no dia 5 de janeiro de 2016, onde um personagem público de alta influência política e elitista de Honduras, se aproximou de mim, para me advertir que eu era um jornalista dissidente e que todos os que faziam esse tipo de jornalismo, tinham um destino fatal, já que é oposto ao que está definido para esse país.
Quando lhe perguntei sobre por que se referia a mim dessa forma, eu, cidadão comum como qualquer outro, cujo aporte ao país se resume a escrever e denunciar o que acontece em Honduras, respondeu: “só te advirto, agradece porque te aviso”.
O nome do personagem por razões de segurança e processuais, não posso ainda revelar, porém, falo o mais alto chamado aos organismos de direitos humanos, nacionais e internacionais, tanto de organizações não governamentais como estatais, porque esta ameaça verbal desta figura de alta investidura em Honduras coloca em risco minha integridade física.
Faço pública esta denúncia, neste momento, por razões de segurança, já que faz 6 anos já tinha passado por uma experiência semelhante a esta e decidi, desta vez, ter maior cautela.
Saliento que estive fora dos país por um período de 4 meses (julho a novembro de 2015), por razões laborais, devido à precariedade do trabalho em Honduras e a uma experiência complexa que tive trabalhando no Mecanismo Nacional de Prevenção contra a Tortura, em Honduras.
Atualmente faço jornalismo por compromisso, e faz dois meses do meu retorno a Honduras, em cujo tempo tenho publicado artigos em relação com a ditadura que vive nossa nação.
Portanto, faço de conhecimento público este situação e faço responsável ao Estado de Honduras se vier acontecer um atentado contra minha vida, ou contra as pessoas que me rodeiam.
Este fato não deterá meu trabalho de jornalista dissidente e agora, por causa deste fato, mais comprometido ainda, em denunciar os fatos que destroem o pouco que permanece como Estado em Honduras.
De igual maneira, faço um chamado de solidariedade aos colegas jornalistas, que como eu, são considerados dissidentes, para que nos unamos com força para que siga existindo liberdade de imprensa, e liberdade de expressão e pensamento, a que nos querem negar a ponta de fuzil.
Toda mudança começa com a imprensa e, sobretudo, numa sociedade escravizada de pensamento, tal qual se vive numa ditadura.
Anexo meus mais recentes artigos publicados internacionalmente.
Aos 13 dias do mês de janeiro de 2016 me aboco a quem corresponder tomar em conta esta denúncia.
Ronnie Huete Salgado, Tegucigalpa, Honduras.