Conhecido por denunciar grupos de extermínio da PM na região do Vale do Aço foi assassinado com características de execução.
O jornalista Rodrigo Neto de Faria foi assassinado a tiros na madrugada deste sábado (9), por dois homens em uma moto. Faria era repórter policial em uma rádio e em um jornal e já havia recebido ameaças por conta das denúncias feitas contra policiais.
Rodrigo estava saindo de um bar que frequenta no bairro Canaã, por volta de meia noite e meia, quando dois homens em uma moto o pararam e fizeram cinco disparos, acertando dois no jornalista. A polícia ainda não aponta nenhum suspeito ou o que pode ter motivado.
Há uma semana o repórter havia denunciado à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do estado a relação de crimes na região com policiais. Além desta denúncia, ele já havia denunciado diversos casos de grupo de extermínio da PM.
Para Faria, o assassinato de um idoso em Santana do Paraíso (MG), foi fruto de uma vingança, pois o senhor era pai de um dos suspeitos da morte de um cabo da PM envolvido com grupos de extermínio.
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirma que a morte de Rodrigo “possui características de execução. Crime contra a vida, atentado contra liberdade e Direitos Humanos”, conforme afirma em seu twitter.
Há, ainda, a hipótese de que o jornalista estava escrevendo um livro sobre assassinatos cometidos por policiais que seria intitulado “Crimes Perfeitos”. Com isto, é evidente a relação da morte com a sua atividade, sempre de denúncia à PM.
Os casos de assassinato de jornalistas é um grave ataque à liberdade de expressão. Com mais este nestes primeiros meses do ano, já ocorreram três assassinatos deste tipo no Brasil.
De acordo com o Comitê de Proteção ao Jornalista, em 2012 quatro jornalistas foram assassinados no Brasil, sendo, pelo menos, três motivados pelo exercício da profissão. De 1997 até este ano, foram mortos 119 profissionais da área, o que coloca o Brasil como o 3º país com mais mortes à jornalistas do mundo, perdendo apenas para países em estado de guerra civil.
Além deste problema, no país também há um número enorme de processos à jornalistas, sites e até mesmo a jornais, impedindo que tratem de determinado assunto e determinando multas. Isto representa uma censura branca, onde, apesar da liberdade de imprensa ser, teoricamente, garantida, na prática é inexistente.
Fonte: Diário Liberdade.