O esquema de sonegação, segundo as investigações da Operação Zelotes, seria um dos maiores já investigados no país. Os 74 processos investigados na operação envolvem valores que chegam a R$ 19 bilhões. (Foto: Divulgação)
Por Marco Weissheimer.
As investigações envolvendo a RBS e o Grupo Gerdau, no âmbito da Operação Zelotes, apresentam alguns dos indícios mais fortes de irregularidades, afirma matéria publicada nesta terça-feira (31) pelo jornal Folha de São Paulo. Segundo a reportagem, a Polícia Federal identificou fortes indícios de que ao menos 12 empresas negociaram ou pagaram propina para reduzir e, em alguns casos, zerar completamente dívidas com a Receita Federal. Ainda segundo a Folha de S. Paulo, os casos sobre os quais os órgãos investigadores consideram ter indícios mais consistentes envolvem RBS, Gerdau, Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, café Irmãos Júlio, Mundial-Eberle, Ford, Mistubishi, Santander e Safra. As empresas envolvidas na investigação negam qualquer irregularidade.
A Folha de S.Paulo cita o Ministério Público ao afirmar que “até o momento os casos em que há indícios mais fortes de eventuais irregularidades envolvem a RBS e o grupo Gerdau”. O esquema de sonegação, segundo as investigações da Operação Zelotes, seria um dos maiores já investigados no país. Os 74 processos investigados na operação envolvem valores que chegam a R$ 19 bilhões. Segundo a Polícia Federal, já foram comprovados prejuízos de cerca de R$ 6 bilhões.
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Entre os crimes investigados na Zelotes, estão advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, “o esquema envolveria a contratação de empresas de consultoria que, mediante trânsito facilitado junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), conseguiam controlar o resultado do julgamento de forma a favorecer o contribuinte autuado. Constatou-se que muitas dessas consultorias tinham como sócios conselheiros ou ex-conselheiros do CARF”.
Segundo a Polícia Federal, o grupo que atuava no CARF fazia um levantamento dos grandes processos em curso no conselho, procurava empresas com altos débitos no Fisco e oferecia facilidades, como a anulação de multas. O CARF é um órgão da Fazenda onde contribuintes podem contestar administrativamente tributos e multas aplicadas pela Receita Federal.
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, os investigadores suspeitam que a RBS teriam efetuado o pagamento de R$ 15 milhões de reais para fazer desaparecer um débito de mais de R$ 150 milhões de reais. No total, diz também a reportagem, as investigações se concentram em débitos da RBS que chegam a R$ 672 milhões. O Grupo Gerdau também é investigado pela suposta tentativa de anular débitos que chegariam a R$ 1,2 bilhão.
O Grupo RBS divulgou nota oficial no sábado dizendo que desconhece a investigação da Operação Zelotes e negando qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal. “A RBS não foi procurada para fornecer qualquer informação sobre a suposta investigação e confia na atuação das instituições responsáveis pela apuração para o devido esclarecimento dos fatos, que, como sempre, seguirão tendo cobertura normal de nossos veículos”, afirma a nota publicada na página institucional do grupo. O Grupo Gerdau também negou qualquer irregularidade no caso.
Fonte: Sul21.