Intervenção militar: pobre Rio, tão longe de Deus, tão perto da Globo e do Crivella

Desde a redemocratização isso não ocorria. Não vai dar em nada, apenas em choque e pavor.

Por Kiko Nogueira.

Pobre Rio de Janeiro, tão longe de Deus, tão perto da Globo e do Crivella.

A decisão de Michel Temer de decretar a intervenção militar no Rio atende, sobretudo, à Globo. 

Na draga, ele tenta dar uma demonstração de força de olho, também, nas eleições de 2018.

“Decidimos ontem à noite  com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, pela continuidade da Reforma da Previdência. Quando houver votos, farei cessar a intervenção”, afirmou.

Desde a redemocratização isso não ocorria. Não vai dar em nada, apenas em choque e pavor.

Vai deixar feliz a malta de cidadãos de bem que acham que os soldados vão subir o morro, matar os bandidos e transformar a cidade em Miami.

Oficialmente, a decisão foi tomada depois da constatação de que havia “uma metástase da violência” que contaminou o estado.

A situação ficou explícita durante o Carnaval, segundo um ministro contou ao colunista do G1 Gerson Camarotti.

Foi quando optou-se pelo “terceiro remédio mais forte que há na Constituição”.  Os outros dois são o estado de defesa e o estado de sítio.

Pezão, fraco e sem caráter, se submeteu.

O bispo Marcelo Crivella, uma excrescência da Igreja Universal, mandou um recado da Europa, onde ele está passeando, parabenizando Temer e alegando que “já havia feito pedido semelhante”.

Crivella é um inepto — mas é chocante como a Globo vive de espalhar o pânico no Rio. Se tivesse um aliado na prefeitura, não seria assim.

Ao longo do feriado, a emissora deu em detalhes cada assalto, cada tragédia, cada alagamento, sem descanso.

É evidente que a criminalidade no Rio é alarmante — mas daí a martelar isso, e não possíveis saídas, 24 horas por dia na GloboNews são outros quinhentos.

A Globo se orgulha de suas raízes cariocas. Ganhou dinheiro público de todos os governos corruptos, no âmbito municipal e no estadual.

A mesma coisa com a CBF e os bicheiros e traficantes do Carnaval. Cobre como festa, fatura milhões — e depois denuncia, como se não tivesse nada com isso.

O triplex de Roberto Marinho vendido para Aniz Abraão David, patrono da Beija Flor, ilustra essa relação promíscua.

Com uma medida estúpida, supostamente corajosa, e que não resolverá absolutamente nada, Temer tenta agradar a emissora da qual é parceiro e refém.

Logo mais sai um editorial no jornal da família Marinho o elogiando.

Pobre carioca. Pobre Rio de Janeiro. Pobre Brasil.

 

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