Por Bruna Weber Botta.
Esse é um tema qual eu vou falar com brilho no olho, pois falar de Bombinhas, cidade que me apresentou o mundo, e também falar sobre a cultural local, as histórias de Bombinhas, é de aquecer o coração. Se você é daquelas pessoas que quando escuta uma boa história consegue imaginar, com certeza você vai gostar daqui. E hoje eu vou tratar de um propósito que 5 famílias escolheram, ou foram escolhidas, para viver e se tornaram resistência cultural. Além disso, são como guardiões dessa ancestralidade em produzir farinha me maneira artesanal.
Para vocês entenderem o contexto da diversidade e riqueza da natureza de Bombinhas, conto-lhes que ela é uma pequena península, com 39 praias, quatro ilhas sendo a menor cidade de Santa Catarina em extensão. Têm aproximadamente 25 mil habitantes e sua área é de 35 km², informações do site do IBGE.
É nesse cenário que hoje vamos falar do Instituto Boimamão e de uma mulher, uma grande mulher que veio de Blumenau e chegou em Bombinhas há três décadas com a emancipação da cidade, Rosane Luchtenberg, a nossa querida Rô do Engenho, como é carinhosamente conhecida por todos nós aqui de Bombinhas.
A Rô é com certeza uma mulher ilustre para a comunidade bombinense, e com muito trabalho, dedicação à cultura local conquistou o coração dos nativos que sempre foram muito desconfiados, mas ela em pouco tempo demonstrou que estava aqui para honrar a cultura local e aquele povo.
Em julho de 1998 a Rô deu vida ao projeto Instituto Boimamão, são 26 anos trabalhando pela cultura local e por consequência pela conservação das tradições e da natureza que proporcionam as tradições.
Sendo o instituto um jovem adulto, no decorrer dessas décadas em 2007 alcançou o título de museu comunitário, inserido no cadastro nacional de museus do IBRAM. E pleiteiam para que os fazeres tradicionais dos engenhos sejam reconhecidos como patrimônio imaterial do Brasil pelo IPHAN.
O museu está hoje 100% ativo, lindamente conservado, promovem feiras, cineclube, palestras, cursos artesanais, são tantas coisas, tantos mundos, tanta oportunidade que acontece dentro do instituto que é de uma riqueza realmente imensurável para a comunidade de Bombinhas.
E agora vamos tocar em um ponto sensível e de justificativa desse texto, pois é claro que escolas frequentam o museu, a educação é uma das funções sociais mais importantes da cultura. E quando falamos em educação, a perspectiva muda e se não cambia então tem algo de errado, pois educar é a prioridade das prioridades.
Quando falamos em escolas, estamos falando do futuro, do nosso futuro também, são elas que vão conduzir nossa sociedade, são elas que vão nos cuidar. E para podermos garantir que estaremos em boas mãos, precisamos dar condições às gerações que estão se formando e as que estão por vir, de serem adultos com saúde intelectual e psíquica.
Pensando na educação das crianças e nas famílias que tiram parte de seu sustento das atividades que acontecem no engenho venho pedir a atenção de todos que colaboram para isso, desde os proprietários das terras onde hoje está o engenho, a prefeitura municipal, câmara de vereadores, aos pré-candidatos a prefeitos, aos vereadores e os pré-candidatos, que se mobilizem e garantam as futuras gerações que o engenho continue do jeitinho que ele é no local que ele é e perante os devidos trâmites legais façam o reconhecimento e a proteção do patrimônio cultural, ou seja, faça tecnicamente o tombamento do engenho do sertão e, por favor, mantenham as industriais longe de um patrimônio cultural, esse espaço precisa de silêncio, o plano diretor precisa ser urgentemente revisto. Por favor, autoridades e comunidade, revejam às áreas industriais e coloquem longe de escolas, creches, postos de saúde e patrimônios culturais, é o básico.
Vida longa à cultura brasileira!
Projetos:
Filmes no canal do Engenho no YouTube:
* A linha invisível – 20 anos de história da OSC
* Vidas de Engenho
* O Bravo Boi – curta de animação
Últimos projetos sobre patrimônio alimentar:
* Memórias de cozinha
* Armazém de memórias
Registro do acervo do Museu do Engenho/ 2023 – dois portfólios no site/acervo:
* Território – sobre os engenhos e Acervo do MCES
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