Por Secom, UFSC.
Instituições de Ensino Superior de Santa Catarina se uniram contra a violência nas escolas. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), o Instituto Federal Catarinense (IFC) e a Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) promovem na sexta-feira, 28 de abril, o Dia pela Paz e pelo Desarmamento nas Escolas. A data é alusiva ao Dia Mundial da Educação, que em sua criação, em 2000, instituiu, entre outras diretrizes, a busca pela paz nos ambientes escolares.
A ação integrada das instituições de ensino terá atividades culturais envolvendo estudantes, servidores técnicos e docentes, a partir das 9h30 de sexta-feira, 28 de abril. Na UFSC, as atividades estarão concentradas no Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) e no Colégio de Aplicação (CA). No IFSC, os campi contarão com atividades culturais e artísticas no começo da manhã. A professora Lola Aronovich, voz ativa feminista na internet, pedagoga e docente da Universidade Federal do Ceará (UFC), fará palestra no Auditório do IFSC, na Avenida Mauro Ramos, no Centro de Florianópolis, a partir das 11h. A palestra será restrita a convidados e à comunidade do IFSC, no entanto haverá transmissão ao vivo pela TV UFSC e pelo IFSC.
O Dia pela Paz e pelo Desarmamento nas Escolas tem o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte/SC) e do Movimento Humaniza Santa Catarina. A necessidade de chamar atenção para o assunto surgiu depois dos recentes episódios de violência em escolas do país.
“As instituições de educação precisam ser territórios em que a cultura da paz seja premissa básica para ensinar e aprender com humanidade, liberdade e criatividade. Todas as pesquisas indicam que a situação da violência não se resolve armando as escolas”, aponta a professora Joana Célia dos Passos, vice-reitora da UFSC e uma das articuladoras do Dia pela Paz e pelo Desarmamento das Escolas.
“Como espaço de educação, o IFSC vem trabalhando pela conscientização da comunidade acadêmica antes mesmo das tragédias ocorridas ultimamente, pois esses valores fazem parte da essência das nossas instituições de ensino. O evento do dia 28 é uma dessas ações complementares importantes, que permitirá refletir e intensificar o enfrentamento contra o assédio e qualquer tipo de violência em ambiente escolar, bem como a formação continuada da cidadania”, comenta o professor Maurício Gariba Júnior, reitor do IFSC.
A reitora do Instituto Federal Catarinense (IFC), Sônia Regina Fernandes, ressalta a importância da união entre as instituições que fazem parte do Fórum de Reitores e Reitoras das IES públicas de SC, bem como com o Sistema Acafe, o Movimento Humaniza SC e demais movimentos sociais. “Precisamos pensar a escola como um lugar e espaço de paz, do conhecimento, da ciência, da arte, da cultura, do esporte e de toda e qualquer experiência que nos constituem seres humanos melhores. Nessa perspectiva, lutaremos e resistiremos incansavelmente em prol da segurança de nossos estudantes e servidores públicos, repudiando toda e qualquer forma/ato de violência física e simbólica que atinja qualquer membro de nossa comunidade acadêmica. Escola não é um lugar de armas, escola é um lugar de esperançar”, afirma.
“Há uma crescente onda de ódio, intolerância, violência, armamentismo, desinformação. Isso vem se convertendo em atos autoritários, nazifascistas e em tragédias, como o brutal assassinato de quatro crianças numa escola em Blumenau. Isso tem que parar!”, diz Ideli Salvatti, do movimento Humaniza Santa Catarina.
Dia Mundial da Educação foi instituído por 164 países
O Fórum Mundial de Educação, que instituiu o Dia Mundial da Educação como 28 de abril, ocorreu em Dakar, no Senegal, em 2000. Na ocasião, 164 países – incluindo o Brasil – participaram do evento, estabelecendo diretrizes para o desenvolvimento da educação mundial até 2030. O fórum produziu o documento “Educação para Todos: O Compromisso de Dakar”, disponível na biblioteca virtual da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O documento, de 33 páginas, cita no item 6: “a educação é um direito humano fundamental e constitui a chave para um desenvolvimento sustentável, assim como para assegurar a paz e a estabilidade dentro de cada país…” Os países signatários do “Educação para Todos: O Compromisso de Dakar” se comprometeram a “conduzir os programas educacionais de forma a promover compreensão mútua, paz e tolerância, e que ajudem a prevenir a violência e os conflitos”.