Insensibilidade e perseguição #Editorial

Editorial do dia 5 de agosto de 2020

Insensibilidade e perseguição

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.

O presidente Jair Bolsonaro, enquanto desfruta do crédito político de um auxílio emergencial de 600 reais que ele mesmo não queria, demonstra, mais uma vez, sua insensibilidade e falta de respeito com os profissionais que doaram sua saúde em benefício da sociedade. Bolsonaro vetou o projeto que garantiria uma compensação financeira aos profissionais que ficaram incapacitados por causa da Covid-19. Na trajetória desumana que descreve as ações do presidente é mais uma confirmação de que Bolsonaro é um inimigo do bem-estar alheio, da saúde e da vida.
As desculpas fiscais que justificariam o veto também deixam em claro que a legalidade muitas vezes se torna inimiga da legitimidade. O governo disse que o Congresso não apresentou estimativa de despesas, algo que já opinou quando não queria implementar o auxílio emergencial arquitetado pelos partidos de oposição e que, afortunadamente, acabou sendo 3 vezes maior do que o presidente defendia, mas, menor que aquilo que a oposição reivindicava. Com o argumento fiscal Bolsonaro barra uma proposta que com ironia reconhece merecida e bem intencionada.
O cinismo do governo se ampara em que se estaria gerando uma despesa continuada em período de calamidade. Ou seja, quando convém ao poder executivo uma “gripezinha” sim pode virar uma calamidade. É só acionar o botão do oportunismo que o governo aperta diariamente.
Pelo projeto do Congresso os agentes de saúde que ficaram permanentemente incapacitados pela luta contra o coronavírus também resultariam beneficiários. Mais ainda, qualquer trabalhador ou trabalhadora que ficasse doente durante a pandemia não precisaria se arriscar a sair de casa doente para comprovar sua doença, ao menos durante a primeira semana. Mas Bolsonaro não se importa com isso. Lança mão do orçamento público, ou da ordem jurídica, que deveria defender o cidadão e não colocar sua vida em risco, para justificar e exercer sua cota periódica de maldade.
Esse é o mundo Bolsonaro que coloca o Brasil como único e solitário seguidor do seu amo, os Estados Unidos, em número de mortes pela Covid-19. Um mundo no qual a responsabilidade fiscal é mais importante que a responsabilidade vital.
Enquanto isso, os dossiês contra policiais antifascistas aparecem em diferentes estados da federação. Cresce a importância da Seopi, a Secretaria de Operações Integradas, em conjunto com alguns promotores públicos, reconhecidamente aderentes a visões de ultradireita e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Acima de todos, atua o Ministério da Justiça, coordenando ou amparando ações que, a todas luzes, sugerem a construção de uma polícia política a serviço dos interesses do Estado ocupado, sem dissimulação, por representantes do fascismo mais retrógrado que já existiu em tempos de democracia no Brasil. Fascismo que é capaz de negar assistência a vítimas de uma pandemia, mas não duvida em perseguir a quem pense diferente dele.

#Editorial
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Publicado por Desacato em Terça-feira, 4 de agosto de 2020

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.
O presidente Jair Bolsonaro, enquanto desfruta do crédito político de um auxílio emergencial de 600 reais que ele mesmo não queria, demonstra, mais uma vez, sua insensibilidade e falta de respeito com os profissionais que doaram sua saúde em benefício da sociedade. Bolsonaro vetou o projeto que garantiria uma compensação financeira aos profissionais que ficaram incapacitados por causa da Covid-19. Na trajetória desumana que descreve as ações do presidente é mais uma confirmação de que Bolsonaro é um inimigo do bem-estar alheio, da saúde e da vida.
As desculpas fiscais que justificariam o veto também deixam em claro que a legalidade muitas vezes se torna inimiga da legitimidade. O governo disse que o Congresso não apresentou estimativa de despesas, algo que já opinou quando não queria implementar o auxílio emergencial arquitetado pelos partidos de oposição e que, afortunadamente, acabou sendo 3 vezes maior do que o presidente defendia, mas, menor que aquilo que a oposição reivindicava. Com o argumento fiscal Bolsonaro barra uma proposta que com ironia reconhece merecida e bem intencionada.
O cinismo do governo se ampara em que se estaria gerando uma despesa continuada em período de calamidade. Ou seja, quando convém ao poder executivo uma “gripezinha” sim pode virar uma calamidade. É só acionar o botão do oportunismo que o governo aperta diariamente.
Pelo projeto do Congresso os agentes de saúde que ficaram permanentemente incapacitados pela luta contra o coronavírus também resultariam beneficiários. Mais ainda, qualquer trabalhador ou trabalhadora que ficasse doente durante a pandemia não precisaria se arriscar a sair de casa doente para comprovar sua doença, ao menos durante a primeira semana. Mas Bolsonaro não se importa com isso. Lança mão do orçamento público, ou da ordem jurídica, que deveria defender o cidadão e não colocar sua vida em risco, para justificar e exercer sua cota periódica de maldade.
Esse é o mundo Bolsonaro que coloca o Brasil como único e solitário seguidor do seu amo, os Estados Unidos, em número de mortes pela Covid-19. Um mundo no qual a responsabilidade fiscal é mais importante que a responsabilidade vital.
Enquanto isso, os dossiês contra policiais antifascistas aparecem em diferentes estados da federação. Cresce a importância da Seopi, a Secretaria de Operações Integradas, em conjunto com alguns promotores públicos, reconhecidamente aderentes a visões de ultradireita e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Acima de todos, atua o Ministério da Justiça, coordenando ou amparando ações que, a todas luzes, sugerem a construção de uma polícia política a serviço dos interesses do Estado ocupado, sem dissimulação, por representantes do fascismo mais retrógrado que já existiu em tempos de democracia no Brasil. Fascismo que é capaz de negar assistência a vítimas de uma pandemia, mas não duvida em perseguir a quem pense diferente dele.

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