Ao menos 74 pessoas morreram e 172 ficaram feridas nos incêndios que atingem a região vizinha a Atenas, anunciaram as autoridades gregas nesta terça-feira (24/07). Esta é a pior catástrofe na região desde os incêndios que destruíram o sul da península do Peloponeso, em agosto de 2007.
A estação balneária de Mati é uma praia bastante frequentada por turistas, principalmente aposentados e crianças que frequentam colônias de férias. O chefe da Cruz Vermelha no país, Nikos Economopoulos, disse à rede de TV Skai ter testemunhado uma cena chocante: 26 pessoas, espremidas umas contra as outras, tentaram em vão escapar do fogo, a cerca de 30 metros da praia. “Infelizmente não houve tempo”, declarou.
Pelo menos outras 20 pessoas morreram nos incêndios, segundo um balanço fornecido nesta manhã pelo porta-voz do governo, Dimitris Tzanakopoulos. A maioria das vítimas ficou presa no setor do balneário de Mati, a aproximadamente 40 km de Atenas, em casas ou veículos, disse Tzanakopoulos.
As autoridades continuam o resgate dos feridos na madrugada desta terça-feira (24), segundo o porta-voz. Nove barcos da patrulha costeira, dois navios da Marinha e “dezenas de barcos particulares”, auxiliados por helicópteros do Exército, realizam evacuações a partir do porto de Rafina, próximo a Mati, onde residentes e turistas se refugiaram na beira do mar.
A Presidência da República cancelou as celebrações previstas para hoje, em comemoração ao restabelecimento da democracia na Grécia, em julho de 1974. Tzanakopoulos anunciou que a Espanha enviará dois aviões e Chipre, uma equipe com 60 bombeiros, depois do país ativar o mecanismo europeu de defesa civil para obter ajuda de seus sócios.
Onda de calor vai continuar
O premiê grego, Alexis Tsipras, encurtou sua viagem à Bósnia para monitorar a situação. Depois de presidir uma reunião do gabinete, Tsipras antecipou uma “noite difícil” e disse que há “mais de 600” bombeiros combatendo em três frentes, incluindo duas que seguem avançando nos arredores de Mati e a 55 km a oeste da capital, na localidade de Kinetta. Segundo ele, o país vive uma “tragédia incalculável”.
As operações aéreas de combate às chamas, das quais participam oito aviões e nove helicópteros, foram interrompidas durante a noite. Segundo o secretário-geral da Defesa Civil, Yannis Kapakis, os incêndios se espalharam em decorrência dos ventos de mais de 100 km/h, uma “situação extrema”.
O primeiro-ministro manifestou sua “preocupação com o fato de que esses focos se desenvolveram em paralelo”. Em Kinetta, os incêndios arrasaram casas e veículos e três vilas foram evacuadas, com a prefeitura criando albergues para os deslocados. A Grécia enfrenta uma onda de calor com temperaturas de até 40ºC, e segundo os serviços de meteorologia as condições seguirão muito complicadas nesta terça.