Império: ataque e decadência. Por Cristóbal León Campos.

Foto: Redes sociais de Donald Trump

Por Cristóbal León Campos.

O recente ataque a Donald Trump enquanto ele discursava em um comício da campanha presidencial na Pensilvânia gerou polêmica e preocupação nos Estados Unidos, pois o contexto não é o melhor para a hegemonia do já decadente Império, embora, como já foi dito, a decadência não o torne menos perigoso e o fim ainda não esteja à vista, como previram vários analistas, como Immanuel Wallerstein, autor da análise do Sistema Mundial.

Embora a forma não seja a substância, ela é um reflexo das profundezas que hoje atingem o precipício de uma estrutura de poder rachada; Donald Trump ou Joe Biden são, no final das contas, o mesmo para o mundo, o governante de um poder oculto que move e gera as ações do Império de acordo com o interesse latente no mundo, a ação do ataque não vem sozinha, como o FBI já disse, para começar, o clima polarizado de ódio dentro da sociedade estadunidense tem aumentado ao longo dos anos, o próprio Trump tem exacerbado esse sentimento com suas ações, incluindo a que hoje o tem como réu no tribunal, quando hordas de seus apoiadores invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Essas ações, o recente ataque, como a invasão do Capitólio, lançam luz sobre a decadência dentro do Império, a violência contra si mesmo o deixa deturpado para o mundo, o grito de Trump depois de ser ajudado por agentes de segurança, no qual ele exclama a seus seguidores para lutar nada mais é do que essa exacerbação ultraconservadora e irracional que em nada ajuda a frágil democracia estadunidense, e digo frágil porque mais uma vez a forma não é a substância, e o que foi apresentado por décadas como o estágio mais elevado da democracia está hoje mais uma vez provando ser a simulação de um poder ferido e orgulhoso que não permite renovação ou questionamento.

O debate que ocorreu entre Biden e Trump mostrou que, esse desejo agarrado ao poder de duas figuras decadentes, cujas ações governamentais têm representado o aumento da beligerância imperialista no mundo, a perseguição à imigração com discursos de ódio, o aumento das guerras e o uso de milhões de recursos para campanhas militares em áreas estratégicas, como a Palestina, a Ucrânia, Taiwan, o atual apoio de Biden a regimes assassinos e genocidas como o de Israel com Benjamin Netanyanhu, ou o neofascismo ucraniano de Volodymir Zelenski, como Trump fez com Jair Bolsonaro no Brasil, seu aumento do bloqueio a Cuba e suas campanhas contra a Venezuela bolivariana. Além de sua crescente perda de hegemonia, diante do avanço das alianças econômicas entre Rússia, China, Coreia do Norte, e do avanço da influência comercial e política dessas últimas nações na América Latina e no Oriente Médio.

O ataque deixa Trump como um novo “herói” ao sobreviver; o uso dessa imagem poderia dar mais força à sua campanha e despertar ainda mais seu discurso violento e odioso, diante de um Biden que não abre mão de suas aspirações de continuar no poder, por mais vergonhosa que seja sua situação física hoje. Resta saber como esse ataque será tratado dentro do Império e como afetará o mundo, mas o que é certo é que, seja quem for o vencedor da eleição presidencial, a degradação moral imperialista está atingindo níveis profundos, enquanto suas formas estão se perdendo cada vez mais. Forma não é substância, mas pode ser um reflexo do interior de um Império que está vivendo seu estágio final de dominação capitalista global. Veremos…

A opinião do/a/s autor/a/s não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

Tradução: TFG, para Desacato.info.

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