Entrevistamos hoje (17) no JTT – A Manhã com Dignidade, Samuel Silva Borges, Cientista Político, doutorando em Sociologia pela UNB e autor do livro “Imagens da Ideologia Punitiva: ‘Nova Direita’ e hegemonia político-criminal”.
A motivação para a escrita do livro veio da experiência de Samuel nas manifestações de junho de 2013, quando presenciou abuso e truculência policial. E em uma manifestação na cidade de Goiânia em que foi preso e sofreu abuso policial e flagrante forjado contra sua pessoa. Nesse mesmo período, ocorreu o caso do Amarildo de Souza, homem negro torturado e morto pela UPP no Rio de Janeiro e o caso de Rafael Braga, preso e condenado injustamente. Essas experiências levaram a uma criticidade em relação à política de segurança no Brasil, em que predomina uma justiça seletiva, racializada e classista.
Samuel afirma que a violência do Estado, a criminalização racista da pobreza e a seletivamente punitiva não são acidentais, mas a política de Estado sendo muito bem sucedida. A polícia e a prisão servem desde o Brasil colônia aos interesses da classe dominante.
A esquerda fica muitas vezes em posição reativa em relação à política de segurança populista da direita, que diz defender a população do crime e da violência. Nós da esquerda, diz Samuel, sabemos que não se reduz crime com encarceramento e violência policial e sim com mais emprego e bem-estar social.
“A criminalidade que acaba indo para o sistema prisional não representa nem 1% da criminalidade real. Então na prática, as prisões não servem para o combate ao crime, é uma performance, um teatro. O sistema prisional é um grande engodo (…) não é eficiente pra reduzir o crime, nem para combater o crime, mas é sim eficiente em reproduzir dominações sociais estruturais”, diz Samuel.
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Assista à entrevista completa no link abaixo:
