Igreja Assembleia de Deus intermediou propina de Cunha, aponta denúncia

Eduardo Cunha recebeu propina por meio da Assembleia de Deus, revela trecho da denúncia formalizada pela Procuradoria Geral da República. PGR pede que presidente da Câmara devolva 80 milhões de dólares aos cofres públicos

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Parte da propina paga ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no esquema de fraudes da Petrobras teria sido feita por meio da Igreja Evangélica Assembleia de Deus.

Segundo consta na denúncia da Procuradoria-Geral da República, o operador do PMDB no esquema de fraudes na estatal, Fernando Soares – vulgo Fernando Baiano – orientou o lobista Júlio Camargo, que prestava serviços para a Toyo Setal, a efetuar dois depósitos no valor de 250 mil reais para a igreja. As informações foram divulgadas no portal UOL.

Segundo a denúncia, Baiano seria “sócio oculto” de Cunha nas fraudes. Os dois depósitos foram feitos no valor de 125 mil reais em 31 de agosto de 2012 pelas empresas Treviso e Piemonte, pertencentes a Camargo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma na acusação que Camargo nunca fez qualquer tipo de doação à igreja e os depósitos tiveram a única finalidade de quitar dívidas com o deputado por conta do contrato entre a coreana Samsung e a japonesa Mitsui no aluguel e venda de dois navios sondas da Petrobras. Os contratos somaram 1,2 bilhão de reais e teriam gerado 80 milhões de dólares em propinas aos lobistas e a Cunha.

Ainda de acordo com o procurador-geral, “é notória a vinculação de Eduardo Cunha com a referida igreja. O diretor da referida igreja perante a Receita Federal é Samuel Cássio Ferreira, irmão de Abner Ferreira, pastor da Igreja Assembleia de Deus de Madureira, no Rio de Janeiro, que o denunciado frequenta. Foi nela inclusive que Eduardo Cunha celebrou a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, conforme amplamente divulgado pela imprensa”.

A acusação ainda cita um encontro que teria havido entre Fernando Baiano, Júlio Camargo e Eduardo Cunha em um prédio no Rio de Janeiro. O encontro teria ocorrido na avenida Afrânio de Melo Franco, no Leblon. Segundo consta da denúncia, Cunha e Baiano teriam chegado em uma Range Rover e estacionado em um prédio vizinho a onde ocorreu a reunião. Foram identificados registros de chamadas de rádio de Baiano nas imediações e o ingresso de seu veículo neste estacionamento. Nesta reunião teria sido exigido por Cunha a Camargo a propina de 5 milhões de dólares.

informações de UOL e CartaCapital

Fonte: PragmatismoPolítico.

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