Um total de 26,3 milhões de brasileiros não têm emprego ou trabalham menos horas do que gostariam. Esse é o contingente que a economia brasileira desperdiçou de mão de obra, um índice de 23,6% de trabalhadores subutilizados ao fim de 2017.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) trimestral, divulgada na sexta-feira 23 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve queda em relação ao terceiro trimestre (23,9%), mas era se manteve elevado na comparação com o mesmo período de 2016, 22,2%. Já a taxa média anual para 2017 ficou em 23,8%.
A taxa de desocupação no quarto trimestre de 2017 (11,8% no Brasil) apresentou redução de 0,6 ponto percentual na comparação com o 3º trimestre de 2017 (12,4%) e ficou estatisticamente estável frente ao 4º trimestre de 2016 (12%).
A taxa de subutilização da mão de obra agrega a taxa de desocupação, a de desocupação por insuficiência de horas e da força de trabalho potencial, por isso é sempre bem mais elevada que o índice de desemprego.
Só é considerado desocupado, e entra na estatística de desemprego, quem não está trabalhando, procurou emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa e estava apto a começar a trabalhar. Mas existem outras situações medidas.
São considerados subocupados aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana e gostariam de trabalhar mais. A força de trabalho potencial é formada por pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuram, ou procuraram mas não estavam disponíveis para trabalhar no momento da pesquisa. Mulheres que estão fora do mercado para cuidar dos filhos, por exemplo, entram nessa conta.
A taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial foi de 17,8% no quarto trimestre, o que representa 20 milhões de pessoas. No trimestre anterior essa taxa foi de 18,3% e no mesmo período de 2016, 17,4%. Já a taxa média anual ficou em 18,4%.
Informalidade
O ano de 2017 apresentou uma contínua redução da taxa de desemprego. Trimestre a trimestre o IBGE, mostrou que o número de trabalhadores em busca de uma ocupação foi decrescente, mas a informalidade deu o tom o comportamento do desemprego ao longo de 2017.
No fim de 2017, 75% dos empregados do setor privado, com exceção dos trabalhadores domésticos, tinham carteira de trabalho assinada, 1,4 ponto percentual a menos que um ano antes. O Nordeste (59%) e o Norte (61%) apresentaram as menores estimativas desse indicador, enquanto a Região Sul, mesmo com queda contínua desde 2016, se manteve com o maior patamar (82,8%).
Apesar disso, apenas a Região Norte teve aumento na carteira de trabalho de 2016 para 2017: de 59,4% para 61%, enquanto as demais registraram queda na proporção desses empregados. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 29,5% deles tinham carteira de trabalho assinada. No mesmo trimestre de 2016, essa proporção havia sido de 31,9%.
Santa Catarina foi o estado onde o desemprego mais cresceu entre 2014 e 2017 (170,2%), passando de 100 mil para 270 mil desocupados. No estado, o aumento foi motivado pelo fechamento de postos de trabalho, principalmente, na Construção (-3,8%), na Indústria (-2%) e nos Serviços (-0,6%).
O Rio de Janeiro, por sua vez, apresentou o segundo maior aumento no número de desocupados (157%), passando de 494 mil em 2014, para 1,2 milhão de pessoas sem trabalho em 2017. No estado, o desemprego cresceu em razão da redução de vagas, principalmente, na Indústria (-19%), na Construção Civil (-13,8%) e nos Serviços (-8,4%).