Budapeste – Até 24 de junho, as medidas para erguer a barreira serão tomadas, mas data de início de construção ainda está indefinida
O governo conservador nacionalista da Hungria anunciou na quarta-feira (17/06) os preparativos para construir uma cerca de quatro metros de altura ao longo de sua fronteira com a Sérvia, para conter a imigração ilegal.
“A Hungria não pode esperar mais”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Péter Szijjártó, em entrevista à imprensa, que detalhou que a cerca de alambrado terá 175 quilômetros de extensão. Com 53 mil pessoas, a Hungria é um dos países europeus que mais imigrantes ilegais registrou neste ano, a maioria vindos do Oriente Médio e Kosovo.
Szijjártó acrescentou que o governo ordenou ao Ministério do Interior tomar as medidas de preparação daqui até 24 de junho, embora não especificou quando será iniciada a construção. “A Hungria não fere nenhuma de suas obrigações legais, nem acordos internacionais”, destacou o ministro, lembrando que outros países da UE também “defendem suas fronteiras” com alambrados.
Szijjártó se referiu às fronteiras de Grécia e Bulgária com a Turquia e acrescentou que “também cidades espanholas no norte da África se defendem assim frente à pressão migratória”. O ministro disse que, em nível europeu, “o caminho rumo à solução parece ser longo”, ao mesmo tempo em que advertiu que “a Hungria não pode esperar mais” por ser “o país mais afetado na UE”.
O governo húngaro lançou há várias semanas uma controversa campanha contra a imigração. Primeiro, enviou a todas as famílias do país um questionário no qual pede a opinião cidadã sobre a imigração ilegal, com perguntas que -segundo os críticos- sugerem uma vinculação direta entre este fenômeno e o terrorismo.
Além disso, foram colocados nas ruas cartazes em idioma húngaro nos quais adverte aos imigrantes que devem respeitar a cultura e as leis do país, e que não poderão tirar o trabalho dos residentes locais.
Os países da UE discutem há semanas como conter a onda migratória desde África e o Oriente Médio, que chega ao continente através do Mediterrâneo e através dos Bálcãs.
O controverso primeiro ministro húngaro, Viktor Orbán, qualificou como “uma loucura” a proposta comunitária de criar um sistema de cotas para repartir melhor entre os países os imigrantes que buscam asilo político na Europa.
Fonte: Opera Mundi /Efe