Quando o comentarista de futebol, da CBN Diário – Florianópolis, emissora do grupo RBS, Miguel Livramento, se refere à Parada da Diversidade acontecida na Capital do Estado, como “Parada da Adversidade”, qual se fosse apenas um erro de locação, pareceria apenas uma inocente escorregada do experiente radialista. Acontece que este possível erro voltou no fechamento da jornada esportiva do sábado, 8 de setembro, como piada do quadro “As Frases do Futebol”, com produção e tudo mais, sendo motivo de grande chacota por parte do plantel esportivo da emissora e do humorista Tarrafa.
É recorrente na mídia monopólica nacional que se usem como ingrediente de quadros e esquetes opções diversas e legítimas das pessoas. Igual de grave é o uso que essa mesma mídia conservadora faz das pessoas com deficiência, aparentando respeitá-las desde uma percepção moral, mas, usando elas como matéria para roteirizar o humor mais vulgar e ausente de inteligência e valores.
Porém, essa atitude não foi circunstancial no caso da emissora de Florianópolis. Nos fechamentos “humorísticos” das coberturas esportivas da CBN Diário, o quadro antes mencionado recorre constantemente a atitudes discriminatórias, onde a escola de duvidoso gosto do falecido humorista Chico Anysio, marca presença, servindo-se de tudo o que é diferente na pessoa ou no coletivo social para “descontrair” a audiência e obter anunciantes, que também, nada se importam com o humor discriminatório que vai ao ar.
A liberdade de expressão não significa liberdade de ofensa. Quando um veículo atenta deliberadamente, ou mesmo por ignorância ou descuido, contra pessoas que nada lhe fazem, que não lhe tem ofendido nem tem lhe outorgado o direito de usar suas características ou manifestações como roteiro humorístico, a sanção pública destas atitudes, se um dia a houver, não se poderá considerar censura, e muito menos recorte das liberdades, pelo contrário, garantia delas.
Imagem tomada em: ditos-e-contraditos.blogspot.com