A HQ Cumbe de Marcelo D’ Salete venceu a premiação Eisner Awards 2018 como melhor melhor edição estrangeira pela Fantagraphics. Lançado pela editora Vendeta a primeira vez em 2014, conta historias do período da escravidão com personagens que resistiram nas senzalas. Muito mais que uma coletânea de histórias, Cumbe traz uma
Sinopse
compreensão histórica do Brasil, e isso deu a Marcelo um grande trabalho, pois tev
e usar uma forma e conteúdo que trouxesse uma dimensão próxima da experiência do negro na escravidão.
O quadrinista e artista plástico fez uma pesquisa para sobre a linguagem da época tentando retratar a veracidade e ambientação. A própria palavra do banto “Cumbe”, que dá nome à obra merece explicação. Ela tanto significa “sol”, dia”, “fogo”, uma maneira de compreender o mundo e também foi usada como sinônimo de “quilombo”.
Cumbe (do quimbundo, sol, luz e força) trata do período colonial no Brasil do século XVII. Obra desenvolvida concomitantemente com o Angola Janga – Uma história de Palmares (livro agraciado pelo Prêmio Grampo 2018). Aborda conflitos, dramas, esperanças e sonhos de escravizados trazidos dos antigos reinos de Angola e Congo. As marcas de cada um desses africanos estão presentes em nossa história e cotidiano. Ainda lutamos pelo reconhecimento simbólico, cultural, econômico e político no Brasil (dos remanescentes quilombolas, dos territórios indígenas e do simples direito a vida de cada jovem de periferia). Os quadrinhos, a literatura, as artes são componentes essenciais para uma mudança estrutural.
