Hortas comunitárias: em busca da soberania alimentar na terra indígena Rio dos Índios

Fotos: Ivan César Cima, do Cimi Regional Sul.

Em fevereiro de 2014, os então deputados federais Luiz Carlos Heinze (PP/RS) e Alceu Moreira (PMDB/RS) protagonizaram cenas lamentáveis no município de Vicente Dutra, interior do Rio Grande do Sul. Em audiência pública da Câmara Federal, Heinze disse que quilombolas, índios, gays e lésbicas são “tudo que não presta”. Moreira, por sua vez, incentivou fazendeiros a se armarem contra indígenas.

Neste município, Vicente Dutra, está a Terra Indígena Rio dos Índios, do povo Kaingang. Em 2012, o governo federal demarcou a Terra Indígena, pouco mais de 700 hectares, e de lá para cá episódios como o das declarações dos deputados, além de ataques e ameaças locais, se tornaram comuns. Os Kaingang responderam a isso de forma diferente.

Protestaram para pressionar o governo federal a pagar as indenizações aos ocupantes de boa-fé, com o intuito de cessar as hostilidades contra a comunidade com a desintrusão, e mostraram quem mesmo é que não presta.

Fotos: Ivan César Cima, do Cimi Regional Sul.

Transformaram a própria realidade de privações e dificuldades em uma vida plena de esforços e fartura sobre o território tradicional. Um exemplo é a horta comunitária, que assim como na Terra Indígena Passo Grande do Rio Forquilha os Kaingang tiveram o apoio do Instituto das Irmãs da Santa Cruz (IISC) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Sul.

“A gente pensa muito no futuro. A terra é bem vinda pra qualquer sociedade, mas (para) quem cuida da Mãe Terra”, diz o cacique Luís Salvador Kaingang. Mandioca, milho, feijão, hortaliças e toda uma variedade de alimentos compõem a agricultura diversificada dos Kaingang sem a utilização de agrotóxicos.

Fotos: Ivan César Cima, do Cimi Regional Sul.
Fotos: Ivan César Cima, do Cimi Regional Sul.

As fotos são do missionário Ivan César Cima, do Cimi Regional Sul – Equipe Frederico, e da comunidade Kaingang de Rio dos Índios.

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