Herdeiro da RBS que atropelou três em SC é indiciado por homicídio pela Polícia Civil

A Polícia Civil decidiu indiciar por homicídio o motorista responsável pelo atropelamento que deixou um jovem morto e outros dois feridos na rodovia SC-402, que dá acesso ao bairro Jurerê, no Norte da Ilha. A colisão aconteceu no início de agosto.

Sérgio Orlandini Sirotsky, 21 anos, responderá pelo crime de homicídio em relação à morte de Sérgio Teixeira da Luz Júnior e por lesão corporal em relação às vítimas Rafael Machado da Cruz e Edson Mendonça de Oliveira, que sobreviveram ao acidente. Isto significa que o caso não é tratado como um crime de trânsito.

O delegado responsável pelo caso, Otávio Cesar Lima, explica que o inquérito foi remetido na última terça-feira para a Vara do Tribunal do Júri de Florianópolis, onde são julgados os crimes contra a vida. Apesar de já decidir pelo indiciamento, Lima diz que pediu a prorrogação do prazo de conclusão do inquérito para poder tomar novos depoimentos e, se possível, requisitar a realização da reprodução simulada dos fatos — o que permitiria à polícia entender melhor a dinâmica do acidente.

O delegado também observou que o indiciamento não aponta se houve dolo (ação proposital) na conduta do motorista. Conforme Lima, caberá ao Ministério Público determinar a tipificação do crime caso ofereça denúncia. Ainda conforme o delegado, a solicitação de mais prazo para novos depoimentos e da reprodução simulada dos fatos pretende juntar ainda mais elementos para o trabalho de acusação.

Sérgio Orlandini Sirotsky dirigia um Audi A3 quando atingiu as vítimas. Ele deixou o local do acidente e abandonou o veículo na SC-401. Acompanhado de um advogado, se apresentou à polícia três dias depois e prestou depoimento. Conforme o delegado, o motorista disse estar sozinho no carro e admitiu ter ingerido bebida alcoólica antes da colisão.

Falou que teve um “apagão” no momento da batida, que o impacto foi forte e não percebera em que havia se chocado. Também relatou ao delegado que parou o veículo, mas ouviu gritos e muitas pessoas em sua direção, o que o teria motivado a fugir do local.

O advogado Nilton Macedo Machado, que representa Sérgio Orlandini Sirotsky no caso, informou na tarde desta quarta-feira que estava em viagem e não teve acesso ao conteúdo do inquérito. O advogado respondeu que buscaria analisar o documento antes de se manifestar.

Em 2010, aos 14 anos, Sérgio filho e amigos estupraram uma garota de 13 com requintes de crueldade, num caso que foi abafado.

Elio Gaspari contou a história em sua coluna.

O que aconteceu no apartamento do garoto não se sabe com precisão, pois o inquérito policial e o processo correm em segredo de Justiça. Durante a investigação, quem devia preservar o sigilo permitiu que ele vazasse.

A jovem contou em seu depoimento que foi estuprada por um ou dois rapazes, ambos menores. Além do dono do apartamento, denunciou o filho de um delegado. Medicada num hospital, deu queixa à polícia e submeteu-se a um exame de corpo de delito. Nos últimos dez dias, o caso explodiu na internet.

A família Sirotsky publicou um comunicado informando a ocorrência do “lamentável episódio”, lembrando que “confia integralmente nas autoridades policiais”.

Para que se possa confiar mais nessas autoridades, o secretário de Segurança de Santa Catarina deve exonerar o delegado Nivaldo Rodrigues, diretor da Polícia Civil de Florianópolis. Numa entrevista gravada, ele disse o seguinte:

“Eu não posso dizer que houve estupro. Houve conjunção carnal. Houve o ato. Agora, se foi consentido ou não, se foi na marra, ou não, eu não posso fazer esse comentário, porque eu não estava presente”.

Fonte: Diário do Centro do Mundo.

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