Estados e municípios têm contrariado orientação do Ministério da Educação (MEC) e investido em escolas cívico-militares. O modelo, incentivado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou de ser prioridade na atual gestão. A informação é do jornal O Globo.
Atualmente, 433 unidades da rede pública no país adotam o sistema de gestão compartilhada. 208 delas foram implantadas em parceria com o MEC e outras 225 pelos próprios estados.
A pasta anunciou que o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), criado no governo Bolsonaro, não seria mais prioridade, mas alguns estados decidiram continuar investindo no modelo.
O Paraná, que concentra mais da metade (206) das unidades em atividade segue com o investimento nesse formato, que coloca policiais militares ou soldados das Forças Armadas para participar de atividades educacionais.
O governador do estado, Rainho Júnior (PSD), tem a intenção de dobrar o número de unidades e anunciou, em abril deste ano, que deve ampliar para 400 o número de escolas cívico-militares. “É uma reivindicação crescente devido ao bom desempenho das escolas cívico-militares que nós estamos tendo aqui no Paraná”, argumentou.
O Rio Grande do Sul é o segundo estado que mais teve ampliação das unidades após o projeto lançado por Bolsonaro: das 43 escolas com o modelo, 25 são financiadas pelo MEC e 18 pelo estado. O Rio de Janeiro é o terceiro no ranking, com 21 unidades federais e 16 estaduais.
O programa foi criado em 2019, em uma parceria dos ministérios da Educação e da Defesa. A ideia foi implementada em 2020 e o número de unidades cadastradas no MEC chegou a 202 em 2022. O governo Bolsonaro reservou R$ 98,3 milhões para o projeto.
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