Havia “um troca-troca intenso” de funcionários fantasmas entre o clã Bolsonaro, diz a jornalista Juliana Dal Piva

Ana Cristina Valle, Andrea Siqueira Valle e Juliana Dal Piva. Foto: Reprodução

247 – A jornalista e colunista do UOL Juliana Dal Piva, que revelou áudios da ex-cunhada de Jair Bolsonaro que provam que o atual chefe do governo federal praticava rachadinha em seu gabinete como deputado federal, disse à TV 247 que a troca de funcionários fantasmas entre os gabinetes dos integrantes da família Bolsonaro era frequente. Os funcionários fantasmas saíam principalmente da família da ex-esposa de Bolsonaro, Ana Cristina. A primeira, conta Juliana, foi Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro, que denunciou o esquema de rachadinha. “A Ana Cristina e o Bolsonaro começaram a ter um relacionamento em meados dos anos 90. Em determinado momento, o Bolsonaro e ela se separam. Eles eram casados, se envolveram, ela engravidou, eles se separaram e passaram a viver juntos em 98. Aí, meses depois disso, depois do nascimento do Jair Renan, a Andrea é a primeira pessoa da família da Ana Cristina a ser nomeada no gabinete do Bolsonaro em Brasília. Dos 18 parentes que o Bolsonaro vai em algum momento colocar no gabinete dele ou no do Flávio ou no do Carlos ao longo dos últimos 20 anos, de 98 para cá, a Andrea é a primeira. E aí ela passa 20 anos, oito no gabinete do Bolsonaro, de 98 até 2006. Em 2006 ela passa para o gabinete do Carlos, de vereador no Rio, e depois em 2008 ela passa para o gabinete do Flávio”.

O único membro da família que não seguiu no esquema foi André, irmão de Andrea e Ana Cristina, que foi exonerado por Bolsonaro por não devolver corretamente o valor que Bolsonaro exigia. Com exceção de André, segundo Juliana, os outros parentes seguiram na prática da rachadinha mesmo após a separação de Bolsonaro e Ana Cristina. “Era um troca-troca intenso” de funcionários fantasmas entre Bolsonaro, Flávio e Carlos, contou Juliana.

“O André primeiro foi nomeado no gabinete do Carlos e ficou lá entre 2001 e 2006. Em 2006 ele é nomeado no gabinete do Bolsonaro em Brasília. É nesse período em que acontece essa briga, em que o André deixa de entregar o valor combinado, e aí o Bolsonaro exonera ele. Ele é um dos poucos da família que saiu nessa época, em 2007, e não ficou mais. Apesar da separação entre a Ana Cristina e o Bolsonaro, que acontece ali na virada de 2007 para 2008, várias pessoas da família continuaram nesse esquema. Continuaram nomeadas no gabinete do Flávio, no gabinete do Carlos. Sobretudo nos dois. Ele [Bolsonaro] acabou tirando um pouco e colocando nos dos filhos. Mas era um troca-troca intenso”.

 

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