Centenas de populares e representantes de movimentos sociais marcharam nessa última terça-feira (28/07), no Haiti, contra a presença dos Estados Unidos em seu território. É que a data do dia 28 de julho marca os 100 anos da primeira invasão dos EUA à ilha caribenha. Foi nesse dia, em 1915, que 330 marines estadunidenses desembarcaram em Port-au-Prince sob as ordens do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, para, segundo ele: “proteger os interesses americanos e estrangeiros”, num momento que em que o país passava por uma grave convulsão social, ameaçando as empresas estadunidenses. Mas, o principal motivo mesmo era que a Constituição do país não permitia o controle de terras por estrangeiros e isso era uma “afronta” aos interesses dos EUA. Diante dos protestos, o medo da subida de um governo antiamericano foi o estopim para a invasão do do território haitiano, que só terminou em primeiro de agosto de 1934.
Ontem, visando lembrar esse triste dia a Coordenação pela Retirada das Tropas do Haiti, acompanhou a mobilização de todas as organizações sociais e políticas do país que lutam pela imediata expulsão das tropas da Missão de estabilização das Nações Unidas no Haiti (a Minustah), as quais consideram representantes diretas dos Estados Unidos. A Minustah atua no Haiti sob as ordens de um Estado Maior integrado por oficiais estadunidenses, franceses e canadenses.
Segundo os manifestantes, essas tropas que ocupam o país há longos onze anos, deixam atrás de si um saldo significativo de vítimas de repressão, do cólera – introduzido pelas mesmas tropas – e de violações cometidas contra jovens, mulheres e crianças haitianas.
Também é essa ocupação a responsável pela fome que acaba colaborando para que haja mobilizações e justifiquem os atos de repressão ao movimento social, que reivindica aumentos salariais e direitos essenciais como saúde, eletricidade e água potável.
Segundo Camil Chalmers, da Rede da Plataforma Haitiana de Desenvolvimento Alternativo, em entrevista à Telesur, a lembrança da primeira invasão se estende aos dias de hoje, visto que a invasão continua. “Estamos ainda sob as botas da ocupação militar. Não são só mariners, são os da Minustah, porém, instrumentalizados pelo imperialismo que chegou em 2004 e segue dominando e saqueando os nossos recursos em favor das empresas dos Estados Unidos. Essas tropas buscam a remilitarização imperial da região do Caribe, para manter os canhões sob a cabeça de Cuba e da Venezuela” .
Com informações da Telesur.
Foto: Reprodução/IELA
Fonte: IELA