Em entrevista por escrito ao repórter Reynaldo Turollo Jr., no site da Folha de S.Paulo desta quarta-feira (18), Walter Delgatti Neto, um dos supostos hackers preso em Araraquara, no interior de São Paulo, negou ter falado que venderia as mensagens ao PT.
“Vale ressaltar, mais uma vez, que nunca procurei nenhum integrante do PT e tampouco tive a intenção de vender o material. Alguém pretende provar o contrário?”, relata Delgatti, que é conhecido como “Vermelho”, ressaltando que entende “ter cumprido as minhas obrigações como cidadão”.
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“Utilizei da minha formação técnica para acessar informações públicas, online. Espantei-me com o seu conteúdo e tornei, pequena parte do acervo, domínio público, via jornalista competente.
O hacker disse ainda que tomou a decisão de repassar apenas o conteúdo da Lava Jato – entre todos os que teve acesso – por ser uma “operação pública, sobre matéria pública de grande interesse” e criticou a postura do procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro.
“Nunca imaginei que ficaria tão surpreso pela conduta do dr. D. [Deltan] Dallagnol e de seus liderados. Lá na ponta, a quais grupos de interesses ele serve? Como funcionário público, parte do Ministério Público, quais deveres e limites deve respeitar? Quem é o seu senhor? Comprou o Brasil e tudo pode? A qual nação dr. D. Dallagnol e equipe servem? Por qual razão têm tanta dificuldade em explicar-se?”, indaga sobre o procurador.
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Sobre Moro, Delgatti indaga se ele “pode tudo” e afirma que “ninguém deve estar acima da lei”, parodiando o próprio ex-juiz, que em diversas vezes disse o mesmo sobre o ex-presidente Lula.
“O sr. Sergio Moro também, tudo pode? Ser juiz é ser dono do Brasil? Quem controla e limita as suas ações e as consequências que impõem a indivíduos e à sociedade brasileira? O Brasil precisa conhecer sobre os métodos e condutas que praticam. A meu ver, ninguém deve estar acima da lei. Todos devem respeitar a lei e explicar-se.”
Vermelho diz ainda que procurou Glenn Greenwald após perceber irregularidades nas condutas dos lavajatistas.