A greve de portas abertas na UFSC está cada dia mais forte. Setores importantes da vida universitária aderiram ao sistema de turnos de seis horas, deixando a universidade aberta nos horários nos quais os estudantes e usuários em geral sempre encontravam as portas fechadas. Ora, a universidade não pode funcionar em horário comercial porque tem atividades desde as sete horas da manhã até as dez da noite. Daí a proposta dos trabalhadores de realizar turnos ininterruptos.
Os alunos do turno da noite sempre foram os mais prejudicados, sem qualquer chance de encontrar a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis aberta depois das seis, por exemplo. Esse setor na UFSC é o responsável pelo atendimento direto aos alunos, principalmente aqueles que são vulneráveis economicamente. Agora, com a greve, muitos desses espaços estão abertos e atendendo.
É bom que a comunidade saiba que ainda existem alguns setores que ainda não aderiram a greve, logo, estão fechados no período do meio dia, mas, aos poucos, com as visitas do comando de mobilização os trabalhadores vão entendendo que essa é uma greve diferente, que precisa do apoio de todos e aí, as portas vão se abrindo.
Um dos setores mais importantes para a vida estudantil é o Departamento de Administração Escolar (DAE). Dali saem praticamente todos os documentos que um estudante vai precisar ao longo de sua vida. E esse local já está se organizando para permanecer aberto, o que é uma grande vitória para o movimento.
Essa semana, com o início das aulas, os trabalhadores precisam muito do apoio dos estudantes. Por um lado, há o compromisso de abrir as portas, e não fechar. Tudo estará funcionando, biblioteca, restaurante e coordenadorias. As secretarias abrirão ao meio dia e à noite. O atendimento está ampliado. Mas, para que isso continue, é preciso que haja o apoio de todos para a reivindicação dos trabalhadores que é a do turno de seis horas.
É bom que se diga que essa demanda está amparada na lei. O decreto Nº 4.836, de 9 de setembro de 2003, assinado pelo então presidente Luís Inácio garante aos setores que tem atendimento contínuo por mais de 12 horas, o turno de seis para os trabalhadores. Isso está bem claro no decreto e também na lei que rege a jornada de trabalho dos trabalhadores públicos, o regime é de 40 horas, com atendimento mínimo de seis e máximo de oito. Tanto é assim que hoje em vários espaços públicos já existe a jornada de 30 horas, inclusive no Ministério da Educação, que seria a instância superior da universidade. Com as novas tecnologias, o processo de trabalho ficou mais ágil e a redução de jornada é um imperativo.
Na UFSC os atuais dirigentes estão conseguindo ser mais atrasados do que as leis vigentes. Mas, os trabalhadores estão em luta. Com o apoio da comunidade o atendimento pode ficar melhor.
Comando de Greve
Fonte: http://www.sintufsc.ufsc.br/wordpress/?p=11229