Greve na França afeta transportes e escolas nas primeiras horas da manhã

Manifestantes saem às ruas de França nesta quinta-feira para contestar a reforma do sistema de pensões. Pela manhã, há serviços fechados e poucos transportes públicos em funcionamento.

Foto: Jean-Paul Pelissier/Reuters

greve contra o projeto de reforma das pensões em França, propostas por Emmanuel Macron, está a sentir-se esta quinta-feira nos transportes ferroviários e aéreos, assim como nos estabelecimentos de ensino e museus.

A Sociedade Nacional de Caminhos de Ferro (SNCF) já alertou que apenas circula um em cada dez comboios de alta velocidade (TGV), verificando-se a mesma situação nas ligações ferroviárias nos arredores de Paris e nas ligações Intercidades.

A circulação dos comboios que fazem as ligações regionais está restringida a um em cada cinco e as viagens de comboio internacionais “estão muito afetadas” devido à paralisação. Alguns jornalistas franceses dizem que há estações de comboio desertas.

A reforma proposta por Macron pretende substituir os 42 regimes de pensões que existem atualmente por um sistema por pontos e põe fim a direitos laborais, nomeadamente, aos profissionais da SNCF e da rede metropolitana de Paris. Por este motivo, prevê-se uma adesão muito elevada à greve por parte do sector ferroviário, mas também dos transportes aéreos.

Ainda não se sabe qual a duração exata da greve: é provável que dure até segunda-feira, o que levou a ministra da Transição Ecológica, Élisabeth Borne, a dizer que “não se prevem melhorias nos transportes amanhã [sexta-feira]”.

A Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) referiu-se à anulação de pelo menos 20% dos voos desta quinta-feira com origem ou destino em França. Em todo o país estão convocadas 245 manifestações, mas o protesto principal está marcado para as 14h (13h em Lisboa) em Paris. Neste momento, o metro de Paris suspendeu 11 das 16 linhas e outras três vão funcionar com restrições.

A distribuição de jornais em papel também foi “fortemente afetada” nesta quinta-feira, escreve o Le Figaro. Este e outros jornais nacionais decidiram não imprimir a versão deste dia “devido à greve”, mas ressalvam que todos os jornais continuam a funcionar normalmente na versão online.

Os sindicatos CGT, FO, FSU, Solidaires, UNL e UNEF convocaram a greve por considerarem que o novo regime vai atingir um grande número de pensões e “vai degradar os direitos de todos”. “Estamos em greve pela melhoria do sistema atual”, disse à cadeia de televisão BFMTV, Philippe Martinez, líder da CGT.

Entretanto, o secretário francês dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, admitiu que “é preciso ser lúcido” e prevê que as paralisações podem prolongar-se durante vários dias. Djerbbari acrescentou que vai reunir-se esta quinta-feira com os sindicatos para tentar encontrar soluções para a crise.

Uma sondagem Odoxa para o jornal Le Figaro revelou que 66% desejam que se acabe com os 42 tipos de regimes de pensões. E sete em cada dez franceses concordam com a greve.

Na capital, a Torre Eiffel foi fechada por falta de funcionários e há um dispositivo de cerca de seis mil polícias preparados para quando as manifestações começarem, por se recear a ação de “grupos violentos”. A “greve do 5 de Dezembro” está contra a reforma do sistema de pensões e pode paralisar até 40% das escolas de França. Ainda que a greve aconteça em todo o país, são esperados mais de 25 mil manifestantes em Paris.

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