Por Marcelo Luiz, para Desacato.info.
Contra as reformas previdenciária e trabalhista promovidas pelo governo Temer, cerca de 50 dioceses brasileiras aderiam oficialmente à convocação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Através de uma nota divulgada há um mês a entidade pediu uma auditoria da dívida pública e afirmou que a previdência social “não é uma concessão governamental ou um privilégio”. Em Santa Catarina, ao menos duas dioceses divulgaram notas em apoio à Greve Geral, no dia 28.
Em Caçador, o bispo dom Severino Clasen explicou à Desacato que convidou os padres para marcarem presença na manifestação no Largo Caçanjurê, no Centro, para ajudarem a esclarecer a população sobre o que está acontecendo. “Está na hora de tomarmos a peito e a população precisa reagir para que não seja mais prejudicada do que já está sendo com esse governo ilegal que está aí”.
Para dom Clasen, os católicos precisam ter coragem para preservar aquilo que pertence à nação brasileira. “Chega de dar voto e confiança para uma elite que nunca soube governar, mas apenas oprimir e reprimir e não pensar no povo brasileiro. Por isso precisamos estar presentes e ajudar a esclarecer para que todos saibam o que está acontecendo”, explicou. Os funcionários da Cúria paralisarão neste dia.
Na Diocese de Chapecó, em vídeo divulgado nas redes sociais, o bispo dom Odelir José Magri destacou os principais pontos aos quais a Igreja é contrária: mudança na CLT, terceirização, foro privilegiado, lei de filantropia, e, principalmente, a reforma da previdência. “Vamos soltar nosso grito de basta, de indignação. Vamos defender nossos direitos conquistados com a luta e suor de muitos que já não estão mais aqui”, convocou o chefe da diocese.
“Vamos juntos lutar em defesa da vida, em defesa dos direitos já adquiridos e do uso correto dos bens públicos e, sobretudo, do dinheiro público. Vamos lutar por outro Brasil possível. Por outro Brasil melhor, mais justo, mais digno e mais fraterno”, acrescentou.
Ainda a Conferência dos Religiosos do Brasil, que representa mais de 35 mil freis e freiras, sugeriu como ação prática, que os filiados enviem centenas, milhares, milhões de e-mails, aos deputados e senadores e façam postagens nas redes sociais para denunciar “mais esse abuso de poder econômico e político de poucos que marginaliza quem trabalhou com seriedade durante séculos em favor dos necessitados. Participemos de manifestações públicas com esse objetivo”.