Greve dos trabalhadores da Embraer: contra demissões e pelo fim dos supersalários

Os trabalhadores da Embraer aprovaram em assembleia realizada no dia 3, uma greve contra as 2.500 demissões anunciadas pela empresa. Além disso, parte das demandas dos trabalhadores é o fim dos supersalários dos executivos da empresa, e que o teto salarial passe a ser de R$ 50 mil. Segundo o Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos, os salários de 170 funcionários do alto escalão da Embraer pagariam os salários de 2.553 trabalhadores.

Foto: Via Esquerda do Diário.

Usando a crise sanitária e o fim do contrato com a empresa estadunidense Boeing como desculpa, a Embraer demitiu 900 trabalhadores de forma direta e outros 1.600 seriam demitidos por meio de três PDVs (Programa de Demissão Voluntária). Esse corte equivale a 4,5% dos seus 20 mil empregados no Brasil e no exterior. Os trabalhadores exigem o cancelamento de todas as demissões e estabilidade no emprego, uma exigência mínima frente ao caos no país com a pandemia de Covid-19.

A desculpa para a demissão de 2.500 trabalhadores é desmascarada quando a empresa paga salários superiores a R$ 1 milhão para, pelo menos, 3 pessoas, outros 46 salários superiores a R$ 100 mil e mais 127 superiores a R$ 50 mil. Segundo o Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos, os salários de 170 funcionários do alto escalão da Embraer pagariam os salários de 2.553 trabalhadores.

Buscando manter seus lucros e uma casta privilegiada e sem preocupar com seus trabalhadores, além de todas essas demissões, a Embraer já busca novas parcerias no mercado internacional, dessa vez com fabricantes chineses, indianos e japoneses e afirmou em nota que “o objetivo é assegurar a sustentabilidade da empresa e sua capacidade de engenharia”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), chamou a assembleia que decretou a greve e logo após a votação foi chamado pela empresa para negociação.

Nós do Esquerda Diário repudiamos as demissões e apoiamos a greve dos trabalhadores da Embraer para que nenhuma família seja lançada na rua em meio a essa profunda crise sanitária e econômica, porque essa crise não é nossa e são os capitalistas que devem pagar ela. Os lucros e supersalários não devem estar acima da vida da nossa classe!

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