Usando a crise sanitária e o fim do contrato com a empresa estadunidense Boeing como desculpa, a Embraer demitiu 900 trabalhadores de forma direta e outros 1.600 seriam demitidos por meio de três PDVs (Programa de Demissão Voluntária). Esse corte equivale a 4,5% dos seus 20 mil empregados no Brasil e no exterior. Os trabalhadores exigem o cancelamento de todas as demissões e estabilidade no emprego, uma exigência mínima frente ao caos no país com a pandemia de Covid-19.
A desculpa para a demissão de 2.500 trabalhadores é desmascarada quando a empresa paga salários superiores a R$ 1 milhão para, pelo menos, 3 pessoas, outros 46 salários superiores a R$ 100 mil e mais 127 superiores a R$ 50 mil. Segundo o Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos, os salários de 170 funcionários do alto escalão da Embraer pagariam os salários de 2.553 trabalhadores.
Buscando manter seus lucros e uma casta privilegiada e sem preocupar com seus trabalhadores, além de todas essas demissões, a Embraer já busca novas parcerias no mercado internacional, dessa vez com fabricantes chineses, indianos e japoneses e afirmou em nota que “o objetivo é assegurar a sustentabilidade da empresa e sua capacidade de engenharia”.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), chamou a assembleia que decretou a greve e logo após a votação foi chamado pela empresa para negociação.
Nós do Esquerda Diário repudiamos as demissões e apoiamos a greve dos trabalhadores da Embraer para que nenhuma família seja lançada na rua em meio a essa profunda crise sanitária e econômica, porque essa crise não é nossa e são os capitalistas que devem pagar ela. Os lucros e supersalários não devem estar acima da vida da nossa classe!