“É o mínimo que se espera”, afirma o ator e escritor, em entrevista concedida em Portugal, na qual também fala sobre como educar uma filha mulher vivendo numa sociedade patriarcal e sobre a legalização da maconha no Brasil. Assista.
Por Stefani Costa, para o 247 – O ator, escritor e humorista Gregório Duvivier esteve recentemente em Portugal para apresentar Sísifo, o seu monólogo dirigido por Vinícius Calderoni. Antes de percorrer os teatros do país, aproveitamos a oportunidade para bater um papo com Duvivier acerca de como enfrentar a crescente do autoritarismo mundo afora através da arte.
“Qualquer artista que não se posicionou contra o Bolsonaro nas eleições eu, a princípio, sinto um desprezo profundo por ele, porque ele é artista, caralho! Assim, é o mínimo que se espera. Tem um governo que é claramente contra a sua identidade, a sua profissão. Ele é contra a função da sua profissão no mundo, ele despreza o que você faz, certo? Se você for, ainda por cima, homossexual ou negro, duplamente ele te despreza!”, afirmou, durante entrevista concedida ao canal Hedflow.
Gregório também contou quais são as suas preferências musicais, falou sobre como educar uma filha mulher vivendo numa sociedade patriarcal e deixou claro o que ele acha sobre a legalização da maconha no Brasil:
“A maconha hoje é a commodity agrícola mais cara do mundo. Um grama de maconha custa mais do que um grama de qualquer outra erva, semente, planta, né? Então, é claro que interessa e deveria estar interessado há muito tempo, mas em algum momento isso vai falar mais alto. Tomara que isso venha no Brasil junto com uma reparação aos grupos que mais sofreram com a proibição. Hoje em dia nós temos que batalhar, não só pela legalização, mas também para que o comércio da maconha beneficie àqueles que sofreram com a proibição”, completou.
Gregório Duvivier acaba de ganhar, ao lado dos colegas do canal Porta dos Fundos, o prêmio Emmy Internacional na categoria ‘Melhor Série de Comédia’ pelo especial ‘Se Beber, Não Ceie’, produzido pela Netflix, além de estrear nos cinemas com o filme ‘A vida invisível’, obra dirigida por Karim Aïnouz e que representará o Brasil na próxima edição do Oscar.
Concordo com André. Intolerância não deve ser tolerada de forma alguma. Deve ser REPUDIADA VEEMENTEMENTE!
Eu sinto tristeza pela intolerância
Intolerantes não podem ser tolerados. Se uma pessoa defende que minorias devam desaparecer, não se trata de uma simples opinião, mas sim de discurso de ódio. Logo, repudiar e exigir o combate a tais atos não é um ato de intolerância, mas sim de resistência. Gays, negros, mulheres e artistas que não se posicionaram contra o bolsonaro na época das eleiçoes merecem, no mínimo, desprezo.