A Grécia ergueu uma barreira de 40 quilômetros de extensão em sua fronteira com a Turquia para bloquear uma eventual onda de refugiados do Afeganistão.
A obra havia sido iniciada em junho passado, em meio à retirada das tropas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) do território afegão, o que indica que os países envolvidos na missão militar já esperavam uma rápida retomada do poder pelo Talibã.
“Não podemos esperar passivamente por um possível impacto”, disse na última sexta-feira (20/08) o ministro da Proteção dos Cidadãos da Grécia, Michalis Chrisochoidis, durante uma visita a Evros, onde fica a barreira.
A Grécia esteve na linha de frente da crise migratória de 2015, quando centenas de milhares de migrantes e refugiados, sobretudo da Síria, entraram no país a partir da Turquia e seguiram em direção ao norte da Europa através dos Bálcãs. A chamada “rota balcânica” só foi fechada em 2016, quando a UE assinou um acordo que prevê a deportação para a Turquia de sírios que cheguem à Grécia de forma clandestina.
Segundo Chrisochoidis, a crise afegã cria a possibilidade de “novos fluxos migratórios” na Europa. “Nossas fronteiras continuarão invioláveis”, prometeu o ministro, enquanto a União Europeia vem cobrando que os Estados-membros acolham refugiados do Afeganistão.
“Peço a todos os países que participaram da missão no Afeganistão, europeus ou não, que ofereceram cotas para reassentamento e corredores seguros, de modo a garantir refúgio a todos que necessitam. Estamos prontos a ajudar os Estados-membros da UE que decidam acolher”, disse nesta sábado (21/08) a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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