Por Michele de Mello.
Com uma série de programas sociais, a Venezuela tenta reativar a indústria e garantir a produção de alimentos em nível nacional. Todas as semanas são realizadas as “Quarta-feiras de Economia Produtiva”, dias em que o Executivo nacional se encontra com diversos setores da agroindústria do país. Segundo dados oficiais, a produção não petroleira equivale a cerca de 85% da atividade econômica nacional.
Na última quarta-feira, (22), o presidente Nicolás Maduro anunciou um crédito de 650 mil petros, aproximadamente R$ 123 milhões, para impulsionar o cultivo de 1,12 milhão de hectares, sendo 220 mil hectares para arroz e 900 mil para milho.
Em uma transmissão televisiva conjunta com os governadores dos estados de Portuguesa, Yaracuy, Cojedes, Guárico e Lara também foi anunciada a doação de 80 tratores como parte do Plano Cultivo 2020. Com os novos veículos, os agricultores da zona estão encarregados de produzir alimentos em 70 mil hectares.
“A Venezuela tem tudo para produzir alimento, para a indústria e quanto mais nos assediam, com perseguições financeiras e agora com a pandemia, isso nos dá mais força interior para levar o país adiante”, afirmou o chefe de Estado durante transmissão em cadeia nacional.
Além disso, os ministros de Alimentação e de Trabalho deram início a “rotas industriais contra a covid-19”, viagens de funcionários públicos que fiscalizam a produção em diferentes polos.
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Já a empresa de propriedade social AgroPatria, que fornece sementes, fertilizantes e agroquímicos ampliou até 8 de maio o período de desconto de 40% nos seus produtos, como parte do plano Semear 2020-2021. Durante a pandemia, a empresa adotou a mesma lógica de funcionamento do programa Yo Compro en Casa (Eu Compro em Casa), o que permite que os insumos agrícolas sejam encomendados por e-mail ou telefone.
Aos programas nacionais se unem as iniciativas locais. No estado de Aragua, com suporte técnico do Estado, os agricultores do município de Urdaneta produzem cerca de 30 toneladas de cebola e até 80 toneladas de tomate por hectare cultivado. Dessa forma, na fronteira com os estados de Aragua e Guárico, região andina venezuelana, foram plantados 385 mil hectares de hortaliças.
O consumidor pode escolher entre combos de 1,7 kg, 2,5 kg e 3,4 kg de batata, beterraba, cenoura, cebola, cebolinha e alho poró, pagando entre 130 mil bolívares a 280 mil bolívares (cerca de R$ 5 e R$ 12).
Edição: Vivian Fernandes.