O governo de Jair Bolsonaro recusou três ofertas de aquisição de vacinas contra o coronavírus, feitas pelo Instituto Butantan ao longo de 2020. A revelação foi em reportagem da revista Piauí, divulgada nesta sexta-feira (5).
Como atestam documentos oficiais do instituto, divulgados pela pela revista, a primeira oferta do Butantan foi feita em 30 de julho, ocasião em que o órgão disse ter condições de fornecer 60 milhões de doses da vacina Coronavac, feita no Brasil em parceria com empresa chinesa Sinovac, a partir do último trimestre de 2020. O Butantan não obteve retorno do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, destinatário da comunicação.
No dia 18 de agosto de 2020, o Instituto Butantan voltou a entrar em contato com o Ministério da Saúde, desta vez se oferecendo para fornecer 45 milhões de doses em dezembro e 15 milhões no primeiro trimestre de 2021, ao custo de 21,50 reais a dose. Mais uma vez, ficou sem resposta.
O último ofício enviado ao ministro Pazuello data de 7 de outubro do ano passado. No documento, o diretor do Butantan, Dimas Covas, lembra as ofertas que não haviam sido respondidas e alertava que era grande a demanda pela CoronaVac no mercado mundial e que a vacina estava em estágio mais avançado para a administração na população e tinha cronograma de entrega de grandes volumes já a partir de janeiro de 2021.
O ministro Pazuello foi responder ao Butantan quase duas semanas depois do terceiro ofício, manifestando a intenção de comprar 46 milhões de doses da CoronaVac. Após Pazuello anunciar a governadores a previsão de aquisição do imunizante, Jair Bolsonaro desautorizou-o, dizendo que o governo não iria adquirir nenhuma dose da “vacina chinesa do Doria”.
Leia na íntegra a reportagem da revista Piauí.
Confira abaixo as comunicações oficiais do Butantan: