Governo Bolsonaro corta R$ 3,2 bi do orçamento da Educação

Mais uma vez universidades, institutos federais e órgãos como o Inep serão prejudicados pela tesourada; medida visa acomodar os reajustes prometidos aos servidores para melhorar a imagem de Bolsonaro em ano eleitoral

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Por Bruna Alessandra.

O governo de Jair Bolsonaro (PL) em sua estratégia de privatizar o ensino públic medida já defendida pelos militares  determinou mais um corte de R$ 3,23 bilhões do orçamento do MEC (Ministério da Educação) de 2022. O bloqueio atinge todos os órgãos ligados à pasta, principalmente institutos e universidades federais.

Oficialmente, o corte é justificado para atender ao teto de gastos, como indica um comunicado enviado às instituições  na  última sexta-feira (27).  Entretanto, na prática, a decisão que vai prejudicar o funcionamento das instituições e o atendimento à estudantes carentes,  busca acomodar os reajustes prometidos aos servidores, para melhorar a imagem de Bolsonaro em ano eleitoral.

O decreto com a tesourada no orçamento da educação ainda não foi publicado. Isso deve ocorrer até o fim do mês.

Os R$ 3,2 bilhões bloqueados representam um bloqueio linear de 14,5% no orçamento discricionário do MEC e unidades vinculadas, que somavam R$ 22,2 bilhões.

Além do dinheiro do MEC e das federais, a tesourada de Paulo Guedes também recai no FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

O Inep, por exemplo, é responsável pela realização do Enem. Já o FNDE operacionaliza os recursos de transferências de dinheiro para os municípios brasileiros.

A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) havia anunciado na semana passada que seria feito corte de R$ 8,2 bilhões no Orçamento da União. Mas o montante poderá ser ainda maior, chegando a quase R$ 14 bilhões.

“Inadmissível, incompreensível e injustificável o corte orçamentário de mais de R$ 1 bilhão que foi procedido pelo governo”, criticou por meio de nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes.

A entidade afirma que após a redução contínua e sistemática de custeio e investimento desde 2016, “o governo federal ainda impinge um corte de mais de 14,5% inviabilizando, a permanência dos estudantes socioeconomicamente vulneráveis”, por meio da assistência estudantil.

A diretoria da Andifes rechaçou a  justificativa do governo de reajustar os salários de todo o funcionalismo público federal em 5% às custas do corte orçamentário.  ” Não tem fundamento no próprio orçamento público. A defasagem salarial dos servidores públicos é bem maior do que os 5% divulgados pelo governo e sua recomposição não depende de mais cortes na educação, ciência e tecnologia”.

A entidade defende a mobilização pela recomposição dos orçamentos das universidades federais e da ciência brasileira. “Apoiamos todas as manifestações que fortaleçam a defesa das universidades”, reiterou.

Na tarde desta segunda-feira (30) os membros da entidade vão se reunir para discutir quais as providências serão tomadas pelas universidades federais.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.