Por Kelvin Melo e Valentina Leite.
A crise da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ganhou um capítulo inesperado esta semana. O governador Luiz Fernando Pezão anunciou, via imprensa, o corte de 30% dos salários — que estão atrasados — dos professores e funcionários da instituição. A UERJ está sem aulas há meses e sequer completou o ano letivo de 2016. O problema é que a universidade está parada por falta de orçamento, e não por que os servidores querem. Não foi divulgado quantos meses seriam atingidos pelo corte.
Presidente da Associação de Docentes da UERJ, a professora Lia Rocha só soube da notícia pela mídia. “Não chegou nada para nós oficialmente nem para a universidade”, disse. Mas também afirmou estar “surpresa” com a medida, se confirmada: “O governador quer cortar um salário que estamos há dois meses lutando para receber”. Os servidores estão sem o 13º salário e fevereiro.
Ela informou que o setor jurídico da entidade já está com um mandado de segurança pronto para evitar um eventual corte: “Não pode cortar nossos salários. Isso é ilegal sob qualquer pespectiva”, completou. Para a diretora do sindicato, o anúncio do governador é uma declaração de guerra à UERJ.
Para o professor Bruno Rosado, do curso de Biologia, a notícia caiu como uma bomba: “É absurdo sermos penalizados dessa forma, como se não quiséssemos trabalhar”, disse. Ele completou: “O pior de tudo é que, mesmo nesta situação, continuamos aqui. As pesquisas não pararam nem as aulas da pós”, comenta.
Volta às aulas
A reitoria da UERJ vai se pronunciar sobre uma data de volta às aulas na próxima quarta-feira (29). De acordo com a presidente da Asduerj, é difícil fazer uma previsão: “Hoje, não temos condições”, contou.
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Fonte: Adufrj.